Famílias apoiadas pela Refood Braga aumentam para o dobro em dois meses

Desde o início da pandemia até agora, os pedidos de ajuda não têm parado de chegar à Refood Braga. Obrigada a fechar portas no dia 13 de Março por razões de segurança, a delegação concelhia iniciou um processo de distribuição de cabazes às pessoas mais carenciadas.
A entrega dos produtos alimentares é feita de duas em duas semanas. Na primeira semana foram contemplados 70 agregados familiares. Agora, atendendo aos pedidos que foram surgindo, o número já é o dobro.
“Estão a bater à porta imensas pessoas a pedir apoio. Apesar de estarmos encerrados, eu e o meu colega Fernando Sá estamos sempre no centro de operações entre as 15 e as 17 horas para poder atender as pessoas”, refere Maria Alice Campos, coordenadora do projecto.
Habitualmente, os cabazes são compostos por leite, arroz, massa e alguns produtos enlatados como sardinhas, atum e salsichas. Ainda assim, na última entrega de cabazes, foram também oferecidos vouchers entre os valores de 20 e 45 euros, conforme a situação socio-económico de cada família, para serem utilizados no talho.
CLIB utiliza cantina para preparar mais de 300 refeições por dia
A Refood Braga apoia actualmente 140 agregados familiares. Fora dessa contabilidade, estão cerca de 18 famílias com necessidades ainda mais evidentes, já que “não têm fogão ou até mesmo uma cozinha”. Para as ajudar, Maria Alice Campos refere que a organização concelhia pediu auxílio ao Colégio Luso-Internacional de Braga (CLIB).
O colégio está a utilizar a sua cantina para preparar duas refeições diárias, que depois são distribuídas pelas habitações das pessoas carenciadas. No primeiro dia em que esta iniciativa esteve no terreno, há quase dois meses, foram preparadas 68 refeições.
Agora, de acordo com a directora Helena Pina Vaz, esse número é de 350 por dia, sendo que ao fim de semana chega a ser 450, visto que há “uma cantina de Cáritas que só funciona em dias úteis” e, assim sendo, os seus beneficiários são “auxiliados pelo CLIB” nesse período.
Sobre o tipo de pessoas que pede auxílio, a responsável do colégio refere que há “muitas situações singulares, sobretudo de cidadãos sem-abrigo e idosos”, e também “vários agregados familiares, de dois a seis elementos”. Apesar de a entrega de comida ser o principal propósito, através desta cantina de emergência, Helena Pina Vaz explica que “há sempre auxílios paralelos”.
“Quando os voluntários visitam as famílias e se apercebem que não têm, por exemplo, frigorífico ou mobiliário, tentamos movimentar-nos no sentido de conseguir um donativo. Há tambem pedidos de roupa, brinquedos e livros”.
