Eurodeputados lamentam falta de investimento em mobilidade no quadrilátero

Os eurodeputados do PSD e CDS/PP lamentam a falta de investimento em mobilidade no quadrilátero urbano: Barcelos, Braga, Guimarães e Famalicão. No debate promovido pela RUM, no Parlamento Europeu, com José Manuel Fernandes (PSD) e Nuno Melo (CDS/PP) foram abordados os projetos do Bus Rapid Transit (BRT), alta velocidade entre Vigo – Braga – Lisboa sem ligação a Guimarães e a falta de ligação ferroviária no quadrilátero.
José Manuel Fernandes defende a utilização integral das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) alertando para o risco dos atrasos nos concursos públicos de adjudicação, isto caso alguns concorrentes/interessados recorram para tribunal. O alerta surge devido ao facto de ainda não terem sido divulgados os resultados dos concursos para a residência universitária prevista para a antiga Fábrica Confiança e para o BRT.
“Era importantíssima a mobilidade no quadrilátero urbano, pois é muito má”, refere o eurodeputado lembrando que esta é uma área com cerca de 800 mil pessoas. “Falamos em metros de superfície há demasiado tempo e nem sequer há um estudo”, sublinha.
A Variante do Cávado e a resolução do problema do Nó de Infias são outros dos imbróglios apontados pelo eurodeputado apontando responsabilidades ao Governo, visto que não os considerou prioritários para integrar o PRR. Já o Orçamento de Estado pouco tem feito, na opinião do social-democrata, em termos de investimentos.
No campo da ferrovia, José Manuel Fernandes considera inadmissível que Portugal esteja a equacionar só trocar de Bitola Ibérica para Europeia quando tal for obrigatório em 2030. “Já devíamos ter a questão das interconexões ferroviárias resolvidas. Andamos aqui a desperdiçar recursos”, garante. Uma posição que, acredita, poderá levar à perda de competitividade das matérias-primas portuguesas.
“Os salários não crescem apenas por decreto. Portugal não ganha muito aproximando o salário mínimo do médio”, Nuno Melo.
O eurodeputado do CDS/PP, Nuno Melo, considera que o quadrilátero urbano é “absolutamente estratégico para Portugal”. Contudo, lamenta que, por vezes, a cor partidária interfira com investimentos fulcrais para a região como é exemplo, de acordo com Nuno Melo, a Estrada Nacional 14 que liga Famalicão à Maia e que dá acesso às instalações da Continental Mabor, quarta maior exportadora nacional.
“Devo dizer que a maior parte dos empresários do nosso distrito já nem pedem grandes ajudas ao Estado, só pedem que o Estado não atrapalhe. Em Vila Nova de Famalicão, na zona onde se situam algumas das principais empresas do nosso distrito, há anos que se mendiga uma via de acesso a uma autoestrada para exportar os produtos que geram a riqueza que depois reverte para o Estado. E que não foi construída apenas porque não sendo a autarquia governada pelo Partido Socialista, bom, se não é governada pelo PS não se pode fazer uma obra estratégica”, ironiza.
Para além da mobilidade, o eurodeputado que será candidato às próximas eleições legislativas, sublinha a premência de Portugal subir ordenados não apenas por decreto. “Portugal não ganha muito com a aproximação do salário mínimos dos salários médios. Devem-se criar os dinamismos para que as empresas possam pagar melhor e para que as empresas possam pagar melhor, nós temos que perceber que para cada aumento mínimo de salário, metade daquilo que o empregador paga fica no Estado. Portanto, muitas vezes os empregadores não pagam salários mais altos porque o salário é muitíssimo superior do que aquilo que fica líquido na conta do trabalhador”, adianta.
– DEBATE PROMOVIDO PELA RUM, EM ESTRASBURGO, PODE SER OUVIDO AQUI –
