Eugénia Santos desfilia-se do Chega, depois de ter sido suspensa por 3 meses

Eugénia Santos, que foi candidata pelo Chega às últimas autárquicas e assumia a vice-presidência da distrital liderada por Filipe Melo, apresentou a demissão e tenciona desfiliar-se do partido. Numa publicação na página do Facebook, Eugénia Santos aponta divergências com o presidente da distrital de Braga, que acusa de não ter apoiado a sua candidatura à Câmara. 


A bracarense foi suspensa por 90 dias pela Comissão de Ética do partido, ao abrigo da “lei da mordaça”, depois de ter criticado Filipe Melo, de ter dívidas na lista pública de execuções.

“A Comissão de Ética informa que, ao abrigo da Diretiva n.º 3/2020 e do Regulamento Disciplinar, foi aprovada a suspensão provisória da militante Eugénia Fernanda dos Santos por um período de 90 dias”, lê-se na comunicação da Comissão de Ética, publicada no site do Chega.

“O Presidente da Distrital insurgiu-se contra mim por eu continuar a dar o meu apoio ao presidente do partido publicamente através da minha página pessoal, dizendo que tudo o que se fazia devia ser com a sua autorização, pois ‘ainda havia quem mandava’. Considero que vivemos em liberdade e como tal não tenho que dar satisfações do que escrevo ou digo a ninguém e, muito menos trabalhar em prol de quem não o quer fazer”, lê-se na publicação. 


A vice-presidente refere ainda que já havia posto o seu lugar à disposição em outubro, altura em que mostrou o seu desagrado com o caminho que a distrital do partido liderado por André Ventura seguia, acusando a distrital de “falta de trabalho, que sempre se resumiu a fotos, comentários nas redes sociais, convívios com outras distritais e jantares”. “Não me agradava que algumas das pessoas que trabalharam desde sempre fossem colocadas em segundo plano, preferindo aqueles que contribuíam financeiramente”, acrescentou.

Eugénia Santos garante que não quis integrar a lista às legislativas e que nunca foi sua ambição ocupar o lugar de Filipe Melo. 

Segundo a bracarense, chegaram-lhe documentos que não abonavam a favor de Filipe Melo e, por isso, reuniu com André Ventura. “Depois do comunicado conjunto das concelhias ao qual me associei, a história tinha de ser contada, pois o presidente da Distrital é perito em inventar histórias e romantizar mentiras.

Agora cabe ao presidente André Ventura mostrar se realmente é anti-sistema ou não… Desde o dia 11 de Janeiro que ele sabe toda a verdade”, apontou. 

Apesar de se demitir e desfiliar do Chega, Eugénia Santos garante que “continuará a defender os ideais propostos pelo Chega”. “Saio de consciência tranquila, foi mais uma experiência de vida que como em todas elas levo coisas boas e coisas menos boas.Há pessoas que têm que ser realmente ajudadas, apoiadas e para isso temos é que ter carácter e vontade. Usar as pessoas, a esperança delas para seu próprio bem, não é a minha missão e foi exactamente o contrário que aconteceu em Braga”, finalizou.

Contactados pela RUM, Eugénia Santos quis prestar mais declarações e Filipe Melo não comenta o assunto.

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Liliana Oliveira
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