“Estudantes devem ter um papel progressivamente mais ativo”

O novo presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho entende a expectativa dos estudantes de verem reforçada a sua participação no órgão colegial máximo da instituição.
O Conselho Geral da UMinho tem 23 elementos, sendo 12 representantes de professores e investigadores, quatro representantes de estudantes, um representante do pessoal técnico, administrativo e de gestão e, ainda, seis personalidades externas, dentre as quais se elegeu a presidência.
Alberto de Sousa Martins foi eleito, por maioria, e substitui no cargo Joana Marques Vidal, que faleceu no verão.
Nas primeiras declarações depois de ter tomado posse, Alberto Martins lembrou a importância dos estudantes no funcionamento de uma universidade e aponta a um papel progressivamente mais ativo por parte dos alunos.
“Os estudantes são a razão de ser da Universidade e devem ter um papel progressivamente mais ativo, ao nível pedagógico e da autonomia”, disse em entrevista à RUM. Aos 74 anos, assume mais um desafio ligado ao Ensino Superior, isto porque Alberto de Sousa Martins foi responsável pelo desencadear da crise académica de 1969, data em que liderava a Associação Académica de Coimbra.
Natural de Guimarães, e advogado de profissão, Alberto Martins foi deputado eleito pelo PS e ministro da Justiça, entre 2009 e 2011. Diz que “a partilha com os estudantes é um valor positivo para o desenvolvimento das universidades” e lembra que “a primeira universidade existente de Bolonha começou por ser dirigida por estudantes”. “A participação dos estudantes é determinante e muitíssimo importante”, reforçou.
Com a revisão dos estatutos da Universidade do Minho na ordem do dia, Alberto Martins diz estar “empenhado e convicto” de que estão reunidas “as condições para concluir o processo” com sucesso.
“Os estatutos são o correspondente à Constituição da República Portuguesa ao nível da universidade e espero dar um contributo para que a UMinho cumpra os seus objetivos como instituição do saber, da cultura, da transformação do país e da resposta aos desafios do futuro”, apontou.
Alberto Martins diz ser “uma grande honra” assumir a presidência do Conselho Geral de uma universidade “com o prestígio, qualidade e inovação científica e técnica da UMinho”.
Nasceu, curiosamente, a 25 de abril de 1945, em Guimarães. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, foi deputado da Assembleia da República durante 30 anos, bem como líder da bancada parlamentar do PS, ministro da Reforma do Estado e da Administração Pública e ministro da Justiça. Publicou os livros “Novos direitos do cidadão”, “Direito à cidadania” e “Peço a Palavra”, entre outros. Foi também agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e, este ano, com o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Cristo.
O Conselho Geral vincula a sua ação à realização da missão da UMinho e do interesse público, tendo já sido liderado por Luís Braga da Cruz (2009-13), Álvaro Laborinho Lúcio (2013-17), Luís Valente de Oliveira (2017-21) e Joana Marques Vidal (2021-24).
