“Estamos atentos à situação do têxtil no Minho. É um setor que emprega muita gente”

O secretário de Estado Adjunto e da Economia garante que o Governo está atento à situação do setor do vestuário e do têxtil no Minho, lembrando que, nalguns concelhos da região, a presença do ramo é “maioritária em termos de emprego”.
Em entrevista à RUM a propósito da reportagem ‘Setor secundário. A adaptação depois da incerteza’, emitida esta segunda-feira e já disponível em podcast, João Neves abordou o setor que emprega mais de 110 mil pessoas na região e que sofreu uma quebra de 500 milhões de euros nas exportações, no final de 2020.
“Evidentemente que olhamos para o setor têxtil e vestuário com muita atenção”, começou por dizer, acrescentando que o ramo de atividade “tem uma importância muito grande na nossa estrutura económica, quer no emprego, quer nas exportações”.
O governante lembrou que, entre março e maio do ano passado, “houve uma quebra abrupta, sem precedentes, na procura de encomendas” no setor, assinalando que o “lay off” e outros outros mecanismos como o lançamento de “linhas de crédito a fundo perdido” foram “essenciais para suster esse impacto inicial”.
Recordando também a “recuperação sensível, quer na procura, quer nas exportações” do setor entre o final do primeiro semestre de 2020 e meados de janeiro deste ano, João Neves assumiu que o têxtil, tal como todas as áreas de atividade que dependem sobretudo de exportações, atravessa uma “situação difícil”, que resulta da “manutenção do confinamento em muitos países”.
O secretário de Estado reconheceu ainda que o aceleramento do processo de vacinação, em Portugal mas também na Europa, pode provocar “uma recuperação das encomendas” aos níveis pré-pandemia, recordando que o setor do têxtil e do vestuário “já teve uma crise há dez anos” e “recuperou”.
“Nada impede de fazer o mesmo no futuro mas isso significa adaptação. Agora é preciso aguentar e a seguir é preciso pensar de forma distinta”, referiu, apontando que a digitalização no ramo de atividade terá de ser obrigatoriamente implementada, “não apenas nos canais de venda mas também nas formas de trabalhar”.
