Escola de Medicina com mais autonomia, mas sem um Hospital Universitário

Nuno Sousa, presidente da Escola de Medicina até 2023, deixou alguns recados ao Governo. Internato médico foi um dos temas que mereceu críticas.

A Universidade do Minho vai dar mais autonomia à Escola de Medicina. Esta quinta-feira, na cerimónia que assinalou os 20 anos da unidade orgânica, que teve lugar no Altice FORUM Braga, foi dado o primeiro passo através de um memorando para um contrato-programa entre as duas entidades.

Um documento que irá permitir que a academia minhota chegue mais longe.

Para o presidente da Escola de Medicina, este memorando traduz-se numa “gestão de projecto mais eficaz quer ao nível da geração de conhecimento, como de valor, gestão financeira ou potencialização das infraestruturas”.

Ao longo dos últimos dias, o reitor da UMinho tem vindo a alertar para “tempos difíceis”. Rui Viera de Castro defende que esta é uma das soluções encontradas para fazer face aos desafios quer ao nível dos projetos de ensino, como de investigação e relação com a sociedade.

Este é o documento que vai estruturar a construção de um “verdadeiro contrato programa” que irá definir um conjunto de objetivos com os quais a escola terá de se comprometer, sem que isso coloque em causa princípios essenciais que estruturam a UMinho no seu conjunto.

Hospital de Braga e UMinho sem respostas em relação ao título de Hospital Universitário.


Durante a longa sessão, que assinalou as conquistas deste projecto que alterou os paradigmas do ensino médico em Portugal, também foram elencados vários recados ao Governo. O primeiro está relacionado com o impasse do Hospital Universitário.

O presidente da Escola de Medicina, acredita que no seio deste imbróglio está “falta de vontade política”. Já o responsável máximo da UMinho declara que “não há razão nenhuma” para este processo não avançar. Recorde-se que a unidade de saúde bracarense passou, já há um ano, para a gestão pública.


“Ninguém tem dúvidas que o Hospital de Braga cumpre todos os requisitos. Nós temos um Centro Clínico Académico que é dos que apresenta os melhores resultados no país”, sustenta.

O país não necessita de mais vagas ou cursos de medicina. Precisa de oportunidades de internato médico.


A denuncia partiu do anfitrião da noite. O presidente da Escola de Medicina considera que o país deve assegurar uma formação complementar de qualidade aos jovens.

Para Nuno Sousa o caminho a seguir não passa pela criação de novas escolas médicas ou em “engrossar” o número de estudantes de medicina. Na óptica do responsável, o Governo deve investir no internato médico, visto que “um terço dos candidatos não têm vaga em Portugal”.

Isto resulta em “médicos indiferenciados” o que não beneficia a qualidade do sistema de saúde. “Um país que não está atento a esta situação é um país que não tem responsabilidade”, alerta. 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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