Equipa da Braga.27 fica responsável pela elaboração do programa da Capital Portuguesa da Cultura

Está dado o pontapé de saída para a Capital Portuguesa da Cultura 2025 cujo investimento total rondará os 17Milhões de Euros e que vai contar, na construção do seu programa, com o trabalho da mesma equipa que elaborou a candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura 2027. O título foi atribuído a Évora, mas antes disso, as restantes cidades portuguesas que se candidataram vão ter oportunidade de mostrar o seu potencial cultural.
A primeira será a cidade de Aveiro, em 2024. Braga vai estar em destaque em 2025 e o processo de transformação já começou. O momento simbólico aconteceu na manhã desta quarta-feira no edifício contíguo ao Theatro Circo onde anteriormente funcionava uma entidade bancária. O espaço, com três pisos, foi recentemente adquirido pelo município e será entretanto reformulado a pensar num espaço de mediação cultural com capacidade para residências artísticas, anunciou hoje Cláudia Leite, administradora da empresa municipal Teatro Circo.
Calendário da programação só depois do verão
Ricardo Rio, autarca local e também responsável pelo pelouro da cultura fala num “trilho sem retorno” que a cidade de Braga já iniciou com a estratégia 2030. “A nossa candidatura era um ponto marcante mas não era exclusivo e a capital portuguesa da cultura é uma etapa no caminho que estamos a trilhar de capacitar os nossos agentes culturais e usar a cultura como fator de atratividade para o nosso território”, garante.
Depois do verão será apresentado “o calendário de programação” de 2025. A seleção de projetos começa agora e a autarquia vai concorrer a financiamentos comunitários para diferentes que podem resultar em algumas novidades nos projetos culturais a trabalhar.
Até 2025 acresce 1milhão de euros por ano ao orçamento do município dedicado à cultura. Acrescentando aos 2 Milhões de Euros que o governo já assegurou para cada cidade que concorreu a capital europeia da cultura 2027, o financiamento total para a cultura em 2025 rondará os 17ME, segundo as contas do autarca Ricardo Rio.
O investimento, sustenta, não vai condicionar outros projetos, nomeadamente o S. Geraldo ou a Insula das Carvalheiras.
A primeira reunião do conselho consultivo reformatado para este contexto já aconteceu e a equipa liderada por Cláudia Leite e Joana Fernandes vai continuar a desenvolver esta nova estratégia.”Um sinal de compromisso”, diz também Ricardo Rio, defendendo a premissa de que”a política cultural de Braga tem de continuar”.
“A Capital portuguesa será um momento muito importante. Queremos que 2025 seja um grande momento de exaltação. Queremos contar com todos e vamos continuar a trabalhar para que Braga seja sempre uma capital da cultura”. Ricardo Rio
“2025 está já aí e se queremos que o processo seja participado temos de começar a trabalhar desde já” – Cláudia Leite, administradora da empresa municipal Teatro Circo.
Com menos de dois anos para trabalhar o programa da capital portuguesa da cultura, a equipa aproveitará trabalhos e projetos que começaram a ser desenvolvidos aquando a candidatura Braga 2027. Com vários desafios colocados para os próximos meses, a equipa pretende fomentar novas dinâmicas através de uma reflexão “conjunta”. “Não temos uma programação fechada. Estamos a trabalhar em financiamentos alternativos para fortalecer a programação. Queremos apelar ao envolvimento de todos e é isso que estamos aqui a fazer hoje”, apontou.
Será um programa plural, envolvendo todas as dimensões artísticas e todos os agentes locais. O cruzamento artístico será fomentado, assim como o trabalho com comunidades menos favorecidas e com as 150 nacionalidades que Braga abarca.
Depois de 2025 a região Norte vai afirmar-se no panorama cultural nacional
O trabalho será feito à escala regional e o trabalho sem qualquer desperdício do que foi feito até aqui, nomeadamente com projetos que já se iniciariam e que exigem outro tempo de maturação.
Segundo Cláudia Leite, o trabalho perspetivado com o quadrilátero urbano resultará também numa região norte que se afirmará no panorama cultural nacional depois de 2025.
As principais atividades culturais anuais do município serão envolvidas na temática virada para a capital portuguesa da cultura, mas nem todos os espetáculos deverão ser de acesso gratuito. No entanto, existe a preocupação de desenvolver mais iniciativas culturais ao ar livre, até para não barrar o acesso de ninguém, seja por limitação de uma sala, seja pela cobrança de bilhete à entrada. No entanto, a gratuitidade em todos os espetáculos não está assegurada pela organização que ainda vai discutir esse dossier.
Além dos espaços culturais do centro urbano, a equipa pretende ainda potenciar equipamentos das diferentes freguesias de Braga.
