Enterro da Gata. Lista A reconhece potencial do Forum Braga; Lista M critica custos acrescidos

A localização do Enterro da Gata é uma das grandes divergências entre as listas candidatas à direção da Associação Académica da Universidade do Minho. A lista M lamenta os custos acrescidos que implica a realização do evento no Altice Forum Braga e sugere o seu regresso à Quinta dos Peões, o descampado junto ao campus de Gualtar. Já a lista A admite analisar outras possibilidades, mas reconhece potencial ao Forum Braga, que assegura a rentabilidade financeira do evento, por ter um espaço interior.

Este foi um dos temas que marcou o debate entre as duas candidatas, moderado, esta quarta-feira, pela RUM.

Do lado da lista A, Margarida Isaías, que está na direção há três anos, acusa a lista adversária de “falta de experiência” na organização de eventos desta dimensão. “Podemos ter mais custos e mais lucro”, apontou a candidata em resposta a Inês Castro, da lista M, que evidenciou “os custos acrescidos do evento por se realizar num espaço fechado, como a necessidade de ter uma maior equipa médica ou os bombeiros mais presentes”. “(O regresso ao descampado) é uma proposta que pode ser tida em consideração, uma vez que é também um pedido de muitos estudantes”, afirmou Inês Castro, acreditando que não é por ser num espaço exterior que o evento teria uma rentabilidade diferente.

Margarida Isaías assume que, ainda que a sua lista seja de continuidade, “é importante perceber as opções” que existem e que possam ser viáveis para ser palco do Enterro, embora reconheça que “o Forum Braga tem a vantagem de ter um espaço interior”. Na última edição, o Enterro da Gata deu um lucro de 50 mil euros, de acordo com as contas apresentadas pela AAUMinho, na Reunião Geral de Alunos, e, para a candidata da lista A, este saldo não seria alcançado se o evento fosse realizado num espaço ao ar livre e as condições atmosféricas não ajudassem. “No Estádio Municipal de Braga (que acolhia o evento antes da mudança para o Altice Forum Braga) ou até no descampado que a lista M sugere, bastava chover que o impacto financeiro que o evento tinha para a estrutura era reposto ao fim que de quatro ou cinco anos”, afirmou Margarida Isaías, alertando que “o número de estudantes colocados nos dois espaços, Forum Braga e Quinta dos Peões, é diferente”. “Não me parece que ir para um recinto que reduz o número de estudantes que este evento pode ter seja a solução”, criticou ainda a estudante.

A lista M apontou outro problema, afeto ao Altice: o preço das habituais ‘barraquinhas de curso’. “Por se realizar neste espaço, as barraquinhas estão mais caras e é difícil para algumas comissões de festas terem uma”, apontou Inês Castro, que também criticou o preço dos bilhetes. Margarida Isaías contrapôs, garantindo que os preços praticados pela AAUMinho “são dos mais baratos do país”.

A Receção ao Caloiro também gerou discórdia entre as duas listas. Inês Castro esclareceu que a sua equipa “não se posiciona contra a Receção ao Caloiro nem contra o Enterro”, considerando “importante que os estudantes tenham acesso a estes momentos culturais”. No entanto, a lista M considera que seria possível que a Associação Académica gastasse menos dinheiro com a “realização de alguns eventos fechados, para uma bolha de estudantes, como as galas”, numa altura em que a Universidade se depara com uma situação de subfinanciamento. Ainda assim, Inês Castro reconhece que “a responsabilidade não recaia totalmente na AAUMinho”.

Margarida Isaías frisou que “os custos acrescidos não são uma questão” e não encontra relação entre o subfinanciamento da Universidade e a realização de atividades como o Enterro da Gata ou Receção ao Caloiro, que não contam com financiamento da UMinho. “A lista A é da opinião que é importante valorizarmos o percurso desportivo dos nossos estudantes”, apontou ainda, em resposta às críticas levantadas relativamente à realização de galas. 

Pode ouvir o debate aqui.