Enfermagem em negociações com Medicina para doutoramento conjunto

A Escola de Enfermagem (ESE) está em negociações com a Escola de Medicina para avançar com uma formação conjunta de terceiro grau, ou seja, um doutoramento. A informação foi avançada aos jornalistas pela presidente da ESE, Esperança do Gago, depois de o reitor da instituição ter desafiado as duas unidades orgânicas a reforçarem a sua ação conjunta, durante o discurso na cerimónia dos 112 anos da Escola de Enfermagem que teve lugar, esta terça-feira, em Gualtar, Braga.
Esperança do Gago garante que a colaboração existe, ao nível de “projetos de investigação e partilha de espaços”, nomeadamente, para o estudo da anatomia. Fruto do projeto ´Norte + Saúde`, as duas unidades orgânicas poderão angariar fundos para a criação de novos espaços, sendo que está a ser também estudado um terceiro ciclo em conjunto.
No ano letivo de 2023/2024 foram lançados quatro mestrados nas áreas: da reabilitação, enfermagem médico-cirúrgica na área de enfermagem à pessoa em situação crítica, saúde infantil e pediátrica e enfermagem comunitária, na área da enfermagem de saúde familiar. Neste momento, graças a uma parceria com a ULS do Alto Ave, 22 enfermeiros estão a ver o seu mestrado cofinanciado pela entidade de saúde.
Também ao nível dos cursos não conferentes de grau foram dados passos com três apostas: em intervenção comunitária, amamentação e sustentabilidade social e planeamento familiar.
Em relação à Aliança de Pós-Graduação da UMinho, o reitor sublinhou a necessidade de mesmo quando o financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) terminar, as unidades orgânicas continuem a dar continuidade a estes cursos que, Rui Vieira de Castro vê como estratégicos.
“A minha convicção é que a Universidade tem que passar a olhar para os cursos não conferentes de grau como uma componente do seu próprio portfólio de projetos de educação. Isso tem que ser algo de permanente”, declara.
ESE deve trabalhar num projeto para possíveis instalações, de modo a não perder oportunidades.
É um sonho antigo, mas que não deve ser esquecido. O reitor da Universidade do Minho desafiou a Escola de Enfermagem a desenvolver um novo projeto para as suas instalações. A ESE já passou pelo edifício dos Congregados, no centro da cidade de Braga, estando agora instalada no edifício número quatro do campus de Gualtar.
Rui Vieira de Castro, que em 2025 concluirá o último ano de mandato, lança o repto para que a unidade orgânica esteja preparada para a abertura de possíveis linhas de financiamento já com um projeto em mãos, de modo a não perder oportunidades.
“A minha nota hoje foi só para que este projeto e esta ambição não caíssem e que nós estivéssemos atentos a possibilidades de financiamento que podem eventualmente surgir e que podem vir a responder àquilo que é um desejo e uma ambição”, vinca.
O responsável máximo da UMinho frisa que as atuais instalações “têm qualidade”, porém estão “dispersas” pelo campus. Questionado sobre se está a ser equacionada a possibilidade de a Escola de Enfermagem vir a integrar o novo centro direcionado para as áreas da Medicina, Biologia e das interfaces, que será liderado pela Câmara Municipal de Braga, Rui Vieira de Castro diz que neste momento esse cenário “não está em cima da mesa”, mas avisa que o processo está ainda numa fase embrionária.
A presidente Esperança do Gago, diz acreditar que a existência de instalações próprias irá contribuir para a construção de uma identidade ESE.
Durante a cerimónia que marcou os 112 anos da Escola de Enfermagem, foram ainda homenageados dos docentes: Filomena Gomes, Pedro Rodrigues e Pedro Cunha, pelo contributo para a aprendizagem, investigação e divulgação da área.
