Escola de Medicina analisa testes à Covid-19 e prepara testes de imunidade

A Escola de Medicina da Universidade do Minho (EMUM) já testa, desde segunda-feira, a Covid-19. As amostras estão a ser recolhidas nos Hospitais de Braga e Guimarães e analisadas no ICVS, em parceria com o INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia. Segundo o presidente da Escola, Nuno Sousa, há “capacidade para testar cerca de 150 amostras por dia”.
“Temos capacidade de realizar os testes, do ponto de vista de diagnóstico, ou seja, as pessoas estão a ser testadas e as amostras estão a ser recolhidas nos hospitais, sendo enviadas para o ICVS, onde depois correm para se fazer o diagnóstico”, detalhou o professor aos microfones da RUM.
“Estamos a tentar encontrar algumas soluções alternativas que permitam ultrapassar a falha de algum dos reagentes. Estes testes têm que ser validados, tem que se provar que dão resultados idênticos ao teste acreditado. Um dos factores mais limitantes são os reagentes, que, nesta altura, é muito difícil serem entregues, porque a pressão do mercado global para estes reagentes é gigante”, disse ainda.
O presidente da Escola de Medicina adianta também à RUM que estão a começar a validar alguns testes serológicos que vão permitir determinar quem são as pessoas que têm imunidade. “Uma vez tida a infecção, o nosso organismo desenvolve um conjunto de imunoglobulinas, que nos permite dizer se a pessoa já teve contacto com a infecção e se desenvolveu imunidade. Para esta infecção, porque não existia este vírus, os testes não existiam e começamos a validá-los para daqui a umas semanas podermos dizer se a pessoa tem ou não imunidade à Covid-19”, acrescentou Nuno Sousa.
Investigadores do ICVS, da Escola de Medicina e de outras unidades da UMinho, em parceria com o INL, já fazem testes diagnósticos à Covid-19, validados pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge.
A EMUM tem trabalhado em articulação com os hospitais de Braga e Guimarães, bem como com a autarquia bracarense.
INL envolvido no trabalho da Escola de Medicina da Universidade do Minho
Segundo fonte do INL, o projecto envolve vários investigadores do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, instalado em Braga.
“O INL adquiriu uma centena de testes na China através do nosso representante no país. Agora, o INL e a Escola de Medicina da UM estão a validar os testes”, acrescenta Jorge Fiens.
Após este processo, os testes vão ser sujeitos a aprovação por parte do Infarmed. Logo que seja concedida, os testes podem ser usados em Portugal e na Europa.
INL e UMinho desenvolvem APP para envio do resultado do teste via telemóvel
De acordo com Jorge Fiens, do INL, “em cima destes testes, o INL e a UM estão a desenvolver uma APP para smartphone. Após fazer o teste basta tirar uma fotografia ao código QR do teste com o telemóvel e a unidade de saúde da área de residência tem acesso imediato ao resultado”.
O projecto conta também com a colaboração da Bosch.
O teste só precisa de uma gota de sangue (o equivalente a 1ml) e dá o resultado em 30 minutos.
