Empresários colocaram questões, mas não apresentaram propostas

Os investidores apareceram, mas a hasta pública para a venda da Fábrica Confiança terminou poucos minutos depois de começar sem qualquer oferta por parte dos presentes na sala.
Entre os rostos conhecidos da cidade, Veloso de Azevedo, empresário bracarense e proprietário da maior parcela de terrenos nas Sete Fontes, e o filho de Domingos Névoa.
Outros cidadãos estiveram no interior da sala, mas sem colocar qualquer questão, saindo logo depois do acto público encerrar.
No final e em declarações à imprensa, Olga Pereira disse não ter ficado surpreendida com o facto de não terem surgido propostas “simplesmente porque estava preparada para tudo”.
A presença de empresários bracarenses também não surpreendeu Olga Pereira, referindo que se não fizeram qualquer licitação foi porque entenderam que era o melhor caminho.
A vereadora recusou ainda que a postura dos cidadãos presentes na sala esteja relacionada com a providência cautelar interposta por vários cidadãos afectos à Plataforma Salvar a Fábrica Confiança. “Não há tanta incerteza à volta do processo como se tenta fazer transparecer”, disse. O município de Braga, garantiu a vereadora escolhida para presidir à Comissão da Hasta Pública, “vai agendar uma nova data” para a alienação.
O objectivo, sublinhou Olga Pereira, “continua a ser vender”, mas a responsável disse também que por agora a autarquia deverá optar por “responder à providência cautelar, aguardar uma decisão (do Tribunal) e tomar uma decisão definitiva sobre o assunto”.
Sem alteração às peças processuais, a nova hasta pública poderá ser agendada quando o município assim o entender.
ELEMENTOS DA PLATAFORMA “CONTENTES” COM DESFECHO “ESTRANHAM” TANTA GENTE NA SALA, MAS NINGUÉM DISPONÍVEL PARA LICITAR
Vários cidadãos associados à Plataforma Salvar a Fábrica Confiança marcaram presença na hasta pública, onde na fase inicial pediram esclarecimentos. “Não nos foram dados em concreto, mas acho que provavelmente a desistência da hasta pública tem a ver com a situação instável que há quanto à interpretação abusiva que a CMB faz do PDM, ao permitir que se construa um edifício com função habitacional num terreno reservado para equipamentos. Não é possível fazer isso”, insistiu Luís Tarroso Gomes.
Com recurso à ironia, Luís Tarroso Gomes comparou a hasta pública desta manhã a um “espectáculo” para entreter.
Quanto ao compromisso de agendamento de uma nova hasta pública por parte do município, os elementos da Plataforma referem que “os bracarenses estão habituados a lutar para defender o património” e que por isso a defesa da manutenção da Fábrica Confiança na esfera pública vai continuar “sempre”. “É uma guerra com 18 anos e vai continuar”, prometeu.
