Em dia de cortejo académico, Montenegro também teve direito a varanda… no Theatro Circo

A quarta-feira de Enterro da Gata em Braga arrasta, tradicionalmente, uma enchente de pessoas ao coração da cidade. Este ano não fugiu à regra, mas houve um acréscimo: em plena campanha eleitoral, até com o tema ‘Isto é Engatar Quem Trabalha’ como pano de fundo (alguns dos 58 carros alegóricos da academia minhota com críticas duras ao governo), Luís Montenegro escolheu o Minho para passar o antepenúltimo dia de campanha eleitoral.
O dia arrancou no distrito de Viana do Castelo, num contacto com a população em Arcos de Valdevez. Seguiu para um almoço em Vila Verde. Na agenda, o final da tarde estava reservado para uma arruada, a arrancar às 18h00 no Arco da Porta Nova e a culminar com um comício na sala principal do Theatro Circo. Um plano que saiu furado, por várias razões.
Desde logo, o líder da AD não surgiu à hora marcada na arruada. Nem de longe, nem de perto. O desfile arrancou com algumas das figuras carismáticas do PSD no distrito e a nível nacional. Mas o protagonista… Nem vê-lo. “Onde é que ele está?”, ouvia-se entre os apoiantes e curiosos, de telemóvel em riste para a ‘selfie’, ou pura e simplesmente para registar o momento.
A resposta surgiu mais à frente, no cruzamento entre as ruas da Misericórdia e Dom Diogo de Sousa. O rosto mais conhecido da coligação apareceu junto da multidão, subiu a escadaria em pedra da igreja da Misericórdia e saudou os presentes. Pouco depois, um jovem com uma bandeira da Palestina ao pescoço erguendo um cartaz foi afastado pelos seguranças que barravam o acesso a Montenegro. Mais tarde, e depois de continuar a tentar aceder ao presidente do PSD, foi identificado pela polícia.
Já nas imediações do Theatro Circo, o primeiro-ministro passou por finalistas da UMinho e houve até tempo para as tradicionais bengaladas da sorte no tricónio. Desejou mesmo “boa sorte” aos jovens estudantes e seguiu caminho até meio da Avenida da Liberdade. À chegada ao destino, decidiu-se numa questão de minutos que os 800 lugares da principal sala de espetáculos bracarense não seria suficiente e houve discurso à varanda onde, disse Montenegro, o ar condicionado era “mais eficiente e muito mais barato”.
Ao longo de todo o périplo pela cidade dos Arcebispos, o primeiro-ministro poupou nas palavras, sobretudo para os jornalistas. Não respondeu a qualquer questão, nem antes nem depois do comício improvisado ao ar livre.
