“Em Braga, quando se pensa alguma coisa, aparece alguém que se opõe”

O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, disse à RUM que foi ele próprio quem decidiu desafiar a Câmara Municipal de Braga a arrendar o antigo cinema S. Geraldo.
Recordando que a Igreja equacionou várias possibilidades para o antigo S. Geraldo, D. Jorge Ortiga explicou que depois da contestação pública em torno do antigo cinema, optou por sugerir a Ricardo Rio que arrendasse o espaço. “Fui ter com o presidente da CMB e disse-lhe que era melhor alugar o espaço, requalificá-lo para fins culturais, a troco de uma renda”, explicou.
A Arquidiocese de Braga equacionou transformar o edifício num hotel, num parque de estacionamento, e mais recentemente num mercado urbano com blocos de apartamentos. Foi precisamente depois desse último anúncio público que um grupo de cidadãos se uniu para impedir a concretização do projecto.
Há três anos, e depois de uma luta pública que envolveu cidadãos e partidos políticos na oposição, a Arquidiocese acabou por firmar um acordo com o presidente da Câmara Municipal de Braga.
Em entrevista à RUM, quando questionado sobre o assunto, o Arcebispo recordou o que aconteceu. “Quando começamos efectivamente a passar para uma concretização começaram a surgir as oposições. Nesta cidade de Braga quando se pensa em qualquer coisa aparece alguém que se opõe e foi naquela altura que eu, com muita humildade, fui ter com o presidente e disse-lhe para alugar aquilo, para qualquer coisa da arte”, explica. “A CMB aceitou esta ideia e é assim que está. O edifício continua a ser nosso e estão a pagar uma renda que foi considerada a renda justa”, disse, admitindo nem se recordar do valor estipulado [12 mil euros por mês].
Três anos depois a obra do município ainda não arrancou, mas D. Jorge Ortiga lembra que já não é uma responsabilidade nas mãos da Arquidiocese.
