Eixo Atlântico aprova orçamento de 4ME e cria 5 comissões para fortalecer euro-região

Economia, política social, sustentabilidade, inovação e regeneração urbana. Para cada uma destas áreas, o Eixo Atlântico criou uma comissão. A formação das comissões foi aprovada em sede de assembleia-geral, que se realizou esta quarta-feira. Na mesma sessão a organização aprovou um orçamento anual de quatro milhões de euros. O objetivo, admitiram os responsáveis, esta quinta-feira, em conferência de imprensa é um: apostar no desenvolvimento local conjunto, envolvendo as cidades do Norte de Portugal e da Galiza, com o objetivo de construir uma euro-região mais compacta.
O Eixo Atlântico mudou a sua estratégia de atuação, com o horizonte 2021-2031, e pretende dar “voz” aos municípios.
Lara Méndez, vice-presidente do Eixo Atlântico e presidente do Lugo, na Galiza, explicou que ao nível da sustentabilidade, onde se insere a mobilidade, é objetivo “desenhar as cidades do futuro”, sustentadas na inovação e digitalização. “Nas políticas sociais, temos que ser um escudo de proteção e temos que apostar no desenvolvimento económico. Não há maior política social do que a criação de emprego”. Quanto à regeneração urbana, “devem ser aproveitados os espaços públicos, criando mais espaços de convívio intergeracional”.
“O Eixo tem de continuar a ter um papel importante e estas comissões vão ao encontro dos objetivos definidos pela União Europeia”, salientou a vice-presidente, acrescentando que cada uma destas comissões “tem de estar enquadrada em cada autarquia”.
Municípios terão “estratégias comuns” para “desenvolvimento local conjunto”
Dos quatro milhões de euros do orçamento, quase 3,5 milhões correspondem a investimento em programas de parcerias entre os diversos territórios. O Eixo está agora a entrar “numa fase em que se assume uma plataforma de desenvolvimento local conjunto”, referiu o presidente da organização, Ricardo Rio.
“Queremos rentabilizar os recursos para estes territórios, desenvolver cada vez mais projetos integrados para as áreas prioritárias, dimensões cruciais para o bem-estar das populações, com estratégias comuns e uma voz una e forte, afirmando o Eixo como o interlocutor natural das estruturas de poder local e dos governos dos dois países, que por vezes demoram demasiado a corresponder às necessidades e anseios dos cidadãos desta euro-região”, disse ainda, adiantando ser essencial esse desenvolvimento social-económico ser baseado na inovação, sustentabilidade e solidariedade social.
Municípios do Eixo Atlêntico passam de “aliados para reivindicar” a “juntos para construir”
Segundo o secretário-geral do Eixo Atlântico, Xoán Vázquez Mao, o lema passou de “aliados para reivindicar” a “juntos para construir”. “Estamos a passar por uma grande crise, a maior desde a 2.ª Guerra Mundial, e nada vai ser igual. Os concelhos e municípios são quem está na primeira linha, ao nível das emergências e necessidades como carências alimentares ou de meios técnoógicos, e precisam de ter uma voz”, referiu.
“Assumimos o papel para que as cidades saiam reforçadas desta crise, sendo que o objetivo de tudo é a economia e a criação de emprego”, afirmou.
Ponteareas, Deputación de Ourense, Gondomar e Amarante juntam-se ao Eixo Atlântico
Em 1995 eram 13 as entidades locais que integravam o Eixo Atlântico, número que desde então cresceu mais de “200%”, contando em 2021 com 39 entidades, com a entrada de Ponteareas, Deputación de Ourense, Gondomar e Amarante. “O Eixo Atlântico triplicou em quase 30 anos e consolida-se agora como um refúgio para lidar com a tormenta . A adesão de novos municípios mostra isso”, afirmou Xoán Mao.
Neste momento, a organização tem em desenvolvimento 14 projetos em áreas como o turismo, cultura e ambiente.
Esta euro-região é a terceira zona com mais habitantes da Península Ibérica e a décima na Europa, com 7 milhões de pessoas.
