“É um erro não realizar testes a todos os Bombeiros Sapadores de Braga”

Executivo municipal e partidos da oposição não estão de acordo sobre a necessidade de testar toda a corporação dos Bombeiros Sapadores de Braga. Depois de 16 operacionais terem testado positivo, PS e CDU concordam que toda a corporação deva ser testada, já Ricardo Rio garante que não se pode “testar esses profissionais a toda a hora ou todos os dias, por força dos riscos a que estão constantemente expostos”.
Carlos Almeida garantiu “não estar nada de acordo com a ideia de que os restantes operacionais, que não integram o turno onde foram detectados os casos, não devam realizar o teste”. “Acho que é uma urgência, porque obviamente os bombeiros não estão nas melhroes condições para desempenhar a sua função e colocam em risco as famílias e utentes com quem lidam. É um erro não realizar os testes a todos os Bombeiros Sapadores de Braga”.
O vereador da CDU garante que “houve contacto entre bombeiros por diversas vias, desde logo porque a implementação de medidas preventivas foi feita tardiamente e a definição de corredores de entrada e saída separados só esta semana foi aplicada, até aí houve contacto directo na troca de turnos entre os bombeiros”.
Posição semelhante tem o PS, que critica o facto de só ter havido “alteração nos procedimentos após terem sido identificados 16 casos positivos” e afirma que “a limpeza do quartel só foi feita muito recentemente”. “O clima entre os bombeiros é muito complicado, há um ambiente difícil. É muito urgente que esses testes sejam feitos, porque continuam a ser feitos transportes com doentes saudáveis e os bombeiros continuam a ter relação com a família, ou seja, há uma cadeia de transmissão muito activa e podem estar a ser contaminadas pessoas que não tinham que ser”.
O presidente da Câmara de Braga explica que em causa não está a “falta de testes”, mas “a garantia que não é dada pela realização de testes”. “Todos os profissionais, seja de saúde, forças de segurança ou de supermercado, estão em contacto diário com situações de risco. Não adianta realizar o teste num determinado momento, se no minuto seguinte vão estar expostos a uma nova situação de risco”, explicou. “Não podemos fazer testes continuamente”.
Para Ricardo Rio, os testes devem ser realizados apenas em situações em que “estejam expostos a um foco de contaminação ou haja sintomatologia”.
