“É lamentável que a transição energética tenha de passar pela destruição de espaços verdes”

A porta-voz do PAN critica o abate de árvores que foi feito em Vila Nova de Famalicão para instalar uma central fotovoltaica, formada por 106 mil painéis e projetada para terrenos privados com cerca de 80 hectares. Inês de Sousa visitou, esta quarta-feira o local, sediado em Vilarinho das Cambas e Outiz.

De acordo com o partido, para executar o projeto, já terão sido abatidos 86 sobreiros adultos e 205 sobreiros jovens. Inês de Sousa Real condena a destruição de arvoredo e denuncia a inexistência de contrapartidas, quer para a população, quer para o ambiente. 


“É lamentável que a transição energética tenha de passar pela destruição de espaços verdes, em particular de arvoredo como é o caso dos vários aglomerados de sobreiro que foram destruídos para a colocação da central fotovoltaica”, refere, indicando que se deveria apostar nos telhados existentes nas cidades ou nos parques de estacionamento.


No mês de novembro, em comunicado, a Câmara Municipal de Famalicão defendeu que a nova central fotovoltaica cumpre todos os requisitos legais e que tem os pareceres favoráveis exigidos. Inês de Sousa Real fala em “falta de transparência e de acesso a informação”, salientando que “dificilmente se vai conseguir renaturalizar o local e restituir aquilo que existia”. 


A responsável do partido enaltece também “o papel ecológico fundamental” dos sobreiros, quer no combate aos incêndios, quer para a biodiversidade, que “está agora a ser posto em causa”. 



Inês de Sousa receia consequência do Simplex Ambiental


Olhando para o panorama nacional, a porta-voz do PAN lembra o Simplex Ambiental, projeto aprovado este ano na Assembleia da República, que prevê o fim da avaliação de impacto ambiental para a modernização de linhas férreas ou projetos de loteamento e a dispensa do licenciamento para a reutilização de esgotos tratados. No seu entender, trata-se de “um erro” que a sociedade irá “pagar do ponto de vista ecológico” e que “facilita situações” como a verificada em Vila Nova de Famalicão.

“Sabemos que estamos a correr contra o tempo, quer na questão da soberania energética, quer na questão da transição para modelos mais sustentáveis, mas isso não pode ser conivente com erros legislativos e com processos que não preservam os valores ambientais e até por força das convenções que Portugal também se comprometeu do ponto de vista internacional”, aponta. 


Para Inês de Sousa Real, é “fundamental uma legislação que proteja, que restaure, mas acima de tudo que preserve os poucos espaços verdes que ainda existem”.

Partilhe esta notícia
Catarina Martins
Catarina Martins

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Music Hal
NO AR Music Hal A seguir: Olhar de Lá e de Cá às 08:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv