Doença renal terminal. Nefrologista considera que “nem todos devem fazer diálise”

A nefrologista Ana Branco defende uma maior valorização dos cuidados paliativos no tratamento da doença renal terminal. O assunto foi abordado no programa ‘A Saúde Tem Voz’, emitido este domingo.
A diálise – hemodiálise ou diálise peritoneal -, que implica a substituição do órgão em falência, costuma ser o método utilizado para estas situações. No entanto, a profissional do Hospital em Braga argumenta que “nem todos os pacientes devem fazer diálise”.
Ana Branco explica que é necessário questionar, em cada caso, “se faz sentido sujeitar o doente a um tratamento invasivo que tem impacto na qualidade de vida”. Sugere como alternativa “um tratamento médico conservador, tentando atrasar ao máximo a progressão da doença e dando conforto à pessoa”.
“É tão valioso quanto a decisão de pôr um acesso e fazer diálise e ponto final, que acaba por ser mais fácil para um nefrologista porque já está rotinado”, refere.
Destacando que “finalmente se começa a quebrar o tabu de os cuidados paliativo não serem só para doentes oncológicos”, explica que esse cenário pode até ser alternado com a diálise, “diminuindo a frequência dos tratamentos”. “Assim percebemos se há tempo de mudar a nossa estratégia”, acrescenta.
