Do entusiasmo à ansiedade. Como cuidar da saúde mental na chegada (ou regresso) à universidade

Setembro é tempo de recomeços. Para muitos estudantes, o regresso às aulas traz consigo entusiasmo, expectativas e novas oportunidades. Mas também pode ser fonte de ansiedade, devido às mudanças de rotina, à pressão académica e à adaptação social.


A psicóloga Joana Mourão, dos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho (SASUM), lembra que o maior risco é o isolamento. “Muitos estudantes afastam-se, fecham-se no quarto e sentem-se sós, mesmo rodeados de pessoas. É fundamental criar rotinas e procurar integrar-se nos espaços da universidade”, sublinha.


Além do isolamento, a especialista alerta para oscilações emocionais comuns nesta fase, que exigem tempo para adaptação. A solução passa por estabelecer novos hábitos adaptativos, equilibrando estudo, descanso, atividade física e convívio.

Professores também sentem o impacto


O arranque do ano não é desafiante apenas para os estudantes. Também os docentes enfrentam a pressão de organizar o semestre, integrar novos alunos e equilibrar diferentes exigências. O professor Rui Lima, da Escola de Engenharia da UMinho, especialista em inovação pedagógica, acredita que a primeira aula é um momento decisivo.

“A primeira aula é um momento de criar impacto e interação. Quando os estudantes participam ativamente, os resultados são melhores”, explica.

Para o docente, metodologias ativas, como projetos práticos ou desafios colaborativos, ajudam a motivar e a envolver os estudantes, criando ambientes de aprendizagem mais saudáveis.

Estratégias práticas para um semestre equilibrado

O episódio do UMind deixou vários conselhos práticos para a comunidade académica

• Planear o estudo desde o início do semestre, reservando tempo regular para cada unidade curricular

• Manter a higiene do sono, com horários consistentes de deitar e acordar

• Cuidar da alimentação, essencial para a concentração e desempenho académico

• Incluir no dia a dia atividade física e momentos de lazer, que ajudam a aliviar a pressão

• Procurar ajuda atempada sempre que os sinais de ansiedade se tornem difíceis de gerir

Do lado dos docentes, Rui Lima reforça a importância de articulação entre cadeiras para evitar sobrecargas e da capacidade de flexibilizar métodos de ensino, dando voz aos estudantes no processo de aprendizagem.

“Pedir ajuda não é fraqueza”


Joana Mourão insiste na importância de procurar apoio psicológico quando necessário. “Se perceberem que não conseguem resolver sozinhos, procurem ajuda atempadamente. No Projeto UMind, a porta de entrada é o Serviço de Ação Social, onde há triagem e encaminhamento para o apoio mais adequado.” A psicóloga lembra ainda que pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim uma forma de cuidar de si próprio e ganhar ferramentas para lidar melhor com os desafios.

O UMind é o podcast da Universidade do Minho dedicado à saúde mental e ao bem-estar da comunidade académica. Em cada episódio, especialistas partilham reflexões, testemunhos e estratégias úteis para enfrentar os desafios da vida universitária. 


O quinto episódio, sobre regresso às aulas e saúde mental, já está disponível online. 

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