Diário de bordo nos Açores vale prémio ‘Maria Ondina Braga’ a José Pedro Castanheira

José Pedro Castanheira, antigo jornalista do semanário Expresso, é o vencedor da edição de 2023 do Prémio Maria Ondina Braga, atribuído pelo Município de Braga, em parceria com a APE – Associação Portuguesa de Escritores, com a obra “Volta aos Açores em Quinze Dias”. O prémio dedicado à literatura de viagens, no valor de 12.500 euros, chega às mãos de José Pedro Castanheira de forma “absolutamente surpreendente”, admitia ontem o autor em declarações à imprensa local. A cerimónia de entrega decorreu no Espaço Vita, no âmbito do Festival Literário Utopia, que arrancou esta semana na cidade dos arcebispos.
Aos jornalistas, momentos antes de apresentar a obra, José Pedro Castanheira falou ainda em “gratidão e honra” e confessou que o livro surge por acaso, a propósito de uma aventura num veleiro realizada em 2022 com um grupo de amigos, que tinha sido adiada por causa da pandemia da covid-19. Aí decidiu escrever um diário de bordo, detalhando os principais momentos do dia que depois enviava à família e amigos mais próximos, todas as noites. Os textos e as aventuras, muito bem recebidos por todos, motivaram a conversão deste diário de bordo em livro, editado entretanto pela Tinta-da-China.
Quase no início da aventura perde o telemóvel, pelo meio enfrenta uma tempestade, e todos estes pormenores são agora relatados na obra premiada que já levanta a hipótese de uma nova aventura com resultado semelhante, admitiu ainda o próprio.
Certo é que também a obra da escritora que dá nome ao prémio não é desconhecida para José Pedro Castanheira, ele que ontem confessou a “coincidência feliz” de ter levado na bagagem para Macau um livro da escritora bracarense “Nocturno em Macau” , local onde permaneceu mais de três meses para uma grande reportagem sobre esta ex-colónia portuguesa. Aliás, este antigo jornalista realizou reportagens em todas as ex-colónias portuguesas: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, enclave de São João Baptista de Ajudá (no Benim), Goa, Damão e Diu (na Índia), Macau e Timor-Leste.
Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, enalteceu a qualidade da obra – que recebeu a unanimidade do júri – e referiu a importância do tributo que este prémio presta a um grande vulto da literatura nacional, a escritora Bracarense Maria Ondina Braga. Na cerimónia esteve também José Manuel Mendes, da APE e o presidente do júri do prémio, Guilherme d’Oliveira Martins.
