Dezenas de pessoas juntam-se em Braga “contra o terrorismo em Brasília”

Cerca de 50 pessoas concentraram-se em Braga para repudiar os acontecimentos verificados, este domingo, no Brasil. Organizada pelo Coletivo Doia Sequeira, a iniciativa ‘Braga contra o terrorismo em Brasília’ decorreu, esta segunda-feira, à porta da sede da concelhia do Bloco de Esquerda, na Avenida Central.
Em declarações à RUM, Bemvindo Sequeira, ator brasileiro a viver em Braga e porta-voz do protesto, vincou a importância de mostrar que a comunidade está “ativa e vigilante na defesa da democracia”. “O atentado terrorista merece uma resposta imediata de todas as forças democráticas brasileiras em todos os lugares do mundo. Defendemos as instituições e não concordamos com os atos fomentados pela extrema direita”, acrescenta.
Centenas de manifestantes pró-Bolsonaro invadiram e vandalizaram as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto. O porta-voz reconhece que recebeu essa informação, através das redes sociais, com “muita apreensão e angústia”.
Ainda assim, considera que o principal objetivo dos manifestantes “falhou”. “Acho que esta invasão foi uma senha para uma operação militar no Brasil. Não era só em Brasília. Queriam ocupar refinarias de petróleo, fechar os aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro e bloquear as estradas”, argumenta, sublinhando que as forças armadas no Brasil estão “divididas entre fascistas e democratas” e que, por isso, “não deram o apoio que pretendiam”.
Olhando para o futuro, Bemvindo Sequeira pede prisão para o antigo presidente Jair Bolsonaro, “fomentador principal deste terrorismo”, para “a quadrilha que esteve com ele no poder” e para “as milhares de pessoas que já foram detidas”.
Vinca ainda que devem ser abertos processos relacionados com a destruição de património. Outro dos passos, argumenta, é “os órgãos de inteligência saberem quem está a financiar o terrorismo no Brasil, que empresários e que setores”.
Sobre a possibilidade de surgirem movimentos semelhantes, acredita que, a partir de agora, “uma vez que a luta de massas foi desmobilizada”, podem existir “atos individuais de terror”, como atentados com recurso a explosivos.
