“Deve preocupar o facto de os jovens acharem que não vale a pena estudar”

Para o presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ) a fuga de talento português para o estrangeiro “é um dos principais problemas que o país enfrenta”.
Rui Oliveira lamenta que não se estejam a criar oportunidades suficientes para os jovens com formação superior e que a mão de obra qualificada esteja, neste momento, a contribuir para a economia de outros países.
“A diferença salarial entre um jovem qualificado e outro não qualificado é muito menor, nos dias de hoje. Deve preocupar o facto de os jovens acharem que não vale a pena estudar, porque temos uma economia que deve apostar no conhecimento, na capacitação de nível superior para responder aos problemas da sociedade”, afirmou o jovem, em entrevista à RUM.
O líder do CNJ lamenta que os jovens que abandonam o país não pensem em regressar, por falta de condições. “Portugal está a criar talento e não esta a aproveitá-lo, deixando-o fugir para outras economias”, denotou.
Rui Oliveira considera que o país não está “a criar respostas suficientes”, responsabilizando não apenas o Governo, que deve assegurar, no seu entender, respostas como o aumento dos salários e a contratação coletiva, mas também os gestores e empresários, que devem dar condições e oportunidades nas suas empresas.
O salário da mão-de-obra qualificada é uma pedra no sapato, mas não é, no entender do líder do CNJ, a única. Rui Oliveira aponta a falta de oportunidades para os jovens, desde logo de “liderança e de executarem aquilo que aprenderam”.
“Muitos dos nossos jovens qualificados estão em funções que não exigem tantas qualificações e temos que perceber como é que se pode tirar partido do talento dos jovens e fazer evoluir a sociedade”, finalizou.
