Descentralização: “Governo pendura-se nas autarquias para concretizar as suas responsabilidades”

Na abertura do Congresso Nacional do PSD, que teve lugar esta quinta-feira à noite em Braga, o presidente do Município que acolheu a iniciativa “Sentir Portugal”, não poupou nas críticas à falta de investimento por parte do Governo no país.

“O Estado Nacional investiu muito pouco. Sem ser por via de fundos comunitários houve praticamente um investimento residual em todas as áreas da gestão pública”, declara. “Este é o Portugal que não queremos”, acrescenta.

O autarca bracarense dá o exemplo do processo de descentralização em que acusa a liderança socialista de “não onerar nenhuma autarquia com as intervenções de reabilitação que são fundamentais em diversos estabelecimentos de ensino sinalizados pelas suas debilidades”.

Num tom irónico, Ricardo Rio diz que a abertura de uma linha de financiamento através do Plano de Recuperação e Resiliência para esse fim, acaba por, na prática não chegar para cumprir com os requisitos que os planos de intervenção preconizam.

A situação do Hospital de Braga também não foi esquecida. O social democrata fala em “delapidação” da saúde, tendo a unidade hospitalar passado de resultados de excelência para estar “exposta à mesma lógica de todo o Serviço Nacional de Sáude”, ou seja, “tem de aguardar pelo dia 1 de janeiro de cada ano para que os médicos tenham o contador a zero para fazer horas extraordinárias e responder às necessidades das populações”.

“Não queremos este país”, remata. “Contamos consigo (Luís Montenegro) para que no dia 10 de março ajude a mudar de uma vez por todas”, concluiu.

Recorde-se que no distrito de Braga 9 dos 14 concelhos são governados por sociais democratas, sendo a cidade dos arcebispos, de acordo com o PSD, um exemplo da vitalidade da Aliança Democrática entre PSD e CDS/PP.