Depressão, ansiedade e perturbações alimentares. O que devemos ingerir?

Apesar da imposição do distanciamento social e de muitos portugueses estarem em casa de quarentena é essencial manter rotinas e hábitos alimentares saudáveis. A Universitária conversou com o professor catedrático da Escola de Psicologia da Universidade do Minho e especialista em psicologia clínica, Paulo Machado, para perceber que cuidados devem, então, os portugueses adoptar neste período e quais podem ser os efeitos, no futuro, de um isolamento social em vez do recomendado pelo Governo o distanciamento social.



Que patologias podem surgir de um período de quarentena?


Antes de responder a esta pergunta é fundamental distinguir o que se entende por distanciamento social, algo muito distinto de isolamento social. Ora, distanciamento social passa por ficar a uma distância de segurança, de pelo menos 1,5 metros, de outras pessoas de modo a transmitir o novo coronavírus ou qualquer patógeno. Por outro lado, o isolamento social significa falta de contacto social o que pode originar sentimentos de solidão.

Paulo Machado lembra que graças às novas tecnologias existem inúmeras ferramentas que tornam possível “manter o núcleo social e rede social de apoio” de cada cidadão. 

No entanto, o especialista alerta para os perigos de um longo período de quarentena. “Não estamos habituados e nunca fomos preparados para uma situação deste género. Situações como ansiedade, perturbações alimentares, obesidade ou mesmo depressão têm potencial para se agravarem”, sublinha. 

Manter rotinas é fundamental.


Em primeiro lugar o especialista em psicologia clínica destaca a importância de planear uma ida ao supermercado. Uma recomendação já feita pela Direcção Geral da Saúde que elaborou no seu site oficial um Kit Alimentar para 14 dias. Os cidadãos devem começar por realizar uma lista de compras organizada, perceber qual o espaço de armazenamento disponível e planear as refeições para os dias seguintes, de modo a assegurar a utilização dos alimentos disponíveis


O psicólogo frisa que todas as pessoas devem tentar “manter rotinas e os seus hábitos alimentares”, sendo que os cidadãos devem privilegiar alimentos mais saudáveis com prazos de validade mais longos. Para além disso devem é preferível optar por alimentos de elevado valor nutricional em detrimento de alimentos com elevada densidade energética ou pré-processados.


Recorde-se que um estado nutricional e de hidratação adequados contribuem para um sistema imunitário optimizado e para uma melhor recuperação em situação de doença. De sublinhar que durante o período de quarentena não devem ser seguidas dietas restritivas.

Combater a ansiedade com doces não é a solução.


Para além desta prática contribuir para o desenvolvimento de várias patologias, acaba por não ser uma solução eficaz para diminuir os índices de ansiedade ou irritabilidade de cada cidadão. Paulo Machado sugere a leitura de um bom livro, visualização de um filme/série ou mesmo aproveitar para em família se aventurar na cozinha. “Com o tempo que ganhamos pois já não temos de perder, por exemplo, 1h30 em deslocações para o trabalho e para casa, podemos realizar estas actividades”, adianta.

Outra das indicações para as famílias que estão com dificuldades em explicar o que é ou que cuidados devem os mais novos ter devido ao coronavírus passa pela página “Covid-19 em sarilhos”, um projecto made in Escola de Psicologia a Universidade do Minho que poderá ser muito útil e pedagógico.

Partilhe esta notícia
Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Music Hal
NO AR Music Hal A seguir: Abel Duarte às 08:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv