“Decisões partidárias” na base da deslocalização de helicóptero, acusa Câmara de Braga

O vereador da Câmara de Braga, Altino Bessa, diz que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC] quis “agradar a alguém”, nomeadamente a presidente dos Bombeiros Voluntários de Riba d’Ave. Em causa a deslocalização de um meio aéreo ligeiro de combate a incêndios do aeródromo de Palmeira para o heliporto de Vila Nova de Famalicão.
O assunto voltou a ser abordado pelo responsável pelo pelouro da Proteção Civil, à margem da apresentação da nova viatura dos Bombeiros Sapadores, esta terça-feira, um mês depois de o assunto ter vindo a público e que motivou críticas da autarquia e da Comunidade Intermunicipal do Cávado.
Altino Bessa, que já tinha comentado o tema na qualidade de presidente da concelhia do CDS, faz referência a Maria José Gonçalves, também vice-presidente do Conselho Jurisdicional da Liga dos Bombeiros Portugueses e membro da Comissão Nacional do Partido Socialista: “É uma questão de procurar onde é que o helicóptero ficou colocado e o corpo de bombeiros responsável [pelo meio aéreo]… Há nuances por detrás, nomeadamente as ligações dos Bombeiros Voluntários da Riba d’Ave e da sua presidente. É uma lógica que me parece mais às vezes de decisão partidária do que operacional. Não podemos aceitar as desculpas que foram dadas”.
Há cerca de um mês, a ANEPC justificou a deslocalização do helicóptero de Braga para Vila Nova de Famalicão com motivos de “caráter operacional”. Em comunicado foi referido que havia “a necessidade de garantir uma base de operação na qual não seja comprometida a resposta imediata e permanente do helicóptero de ataque inicial, cujo sucesso depende em larga medida da rapidez de despacho e descolagem do meio aéreo”.
Segundo a autoridade nacional, “a atividade de paraquedismo no aeródromo de Palmeira compromete o tempo de resposta do helicóptero de ataque inicial, uma vez que, desde o momento da largada até à aterragem do último paraquedista, não pode haver motores em marcha”.
Sobre o teor das acusações de Altino Bessa, a RUM voltou a contactar a ANEPC, mas ainda não obteve resposta. Já a presidente dos Bombeiros Voluntários de Riba d’Ave, Maria José Gonçalves, refuta os argumentos invocados pelo vereador, preferindo não tecer qualquer comentário. Ao que a Universitária apurou, a corporação ribadavense ficou encarregue de operar o meio aéreo por ser a que tem maior proximidade geográfica ao heliporto.
