“Da última vez nem 100 pessoas estavam na sala, agora o concerto praticamente esgotou”

Dois anos e meio depois, A Garota Não está de regresso ao Theatro Circo. ‘Rua das Marimbas nº7’ dá lugar a ‘2 de Abril’, disco que chegou “a mais pessoas” e que tem sido “muito bem aceite”. O concerto realiza-se esta sexta-feira, às 21h30.
Fazendo alusão ao primeiro concerto na sala bracarense e ao percurso que se seguiu, em entrevista à RUM, Cátia Mazari Oliveira fala numa “viagem breve”, mas proveitosa. “Ainda há pouco estava a falar com o Sérgio Mendes e o Diogo Sousa [músicos que acompanham a artista em palco] e a dizer-lhes «Fomos ao Theatro Circo há mais de dois anos e acho que nem 100 pessoas estavam na sala». Agora um amigo disse-me que o concerto estava praticamente esgotado. Isso é incrível para nós”, refere.
Também à Universitária, antes do espetáculo de estreia no Theatro Circo, na altura, a cantautora explicou que a música que fazia podia ser vista como “um nicho”. Atualmente continua a achar que se destina a “um público muito particular, não para as massas”, sendo que “o passa a palavra entre amigos, namorados e familiares leva a que haja mais gente interessada”. Além disso, comparativamente com o passado, Cátia Mazari Oliveira conta que a forma como ela e a equipa são recebidas nas salas e em festivais é “um pouco diferente”.
O concerto programado para o Theatro Circo tem como foco o disco mais recente, ‘2 de Abril’, lançado há um ano, precisamente nesse dia, que tem o nome do bairro onde cresceu, em Setúbal. A depressão, a gentrificação, os naufrágios do Mediterrâneo ou a extrema-direita, além de homenagens a Ai Weiwei e a José Mário Branco, são alguns dos temas abordados no álbum.
Ao longo do espetáculo, Cátia Mazari Oliveira promete também revisitar “as músicas mais acarinhadas” do primeiro trabalho, ‘Rua das Marimbas nº7’, assim como prestar tributos “a escritores e cantautores importantes na formação musical” da artista.
O espetáculo insere-se no ciclo Musa, dedicado a 100% ao género feminino. Cátia Mazari Oliveira aborda o assunto, dando um exemplo recente. “No sábado vi um espetáculo, com gente que admiro muito, e depois todos subiram ao palco, incluindo os técnicos, e percebi que eram só homens. E era algo financiado pelo Estado, através do Garantir Cultura. Às vezes isso [o facto de não haver ou não mulheres] nem surge ao espírito. Tornou-se natural. Por isso, é fundamental que haja muitos Musa’s ainda”.
