Cruz Vermelha de Braga antecipa um “inverno complicado” para as famílias bracarenses

Depois dos efeitos da pandemia da covid-19 e na sequência da guerra na Ucrânia, o aumento dos preços, nos últimos meses, foi uma constante em vários setores provocando uma maior pressão junto das instituições de apoio.
Na Cruz Vermelha de Braga, apesar dos pedidos de ajuda “ainda não terem aumentado significativamente”, o adjunto executivo da direção, David Rodrigues, antecipa um crescimento nos próximos meses. “Estamos neste momento a viver uma situação estranha para todos, a inflação atinge todas as pessoas, mas em particular as mais vulneráveis que estão a sentir um esforço cada vez maior, nomeadamente na aquisição dos alimentos”, refere.
David Rodrigues acredita que a organização vai receber mais pedidos com a diminuição do rendimento das famílias que se tem verificado com, por exemplo, o aumento da prestação da casa. “Estamos a contar que os pedidos de ajuda venham a aumentar, mas a verdade é que têm vindo a crescer paulatinamente, sobretudo no apoio alimentar”, revela.
A Cruz Vermelha de Braga antecipa um “inverno complicado” para as famílias bracarenses. Com o aumento do preço dos alimentos e dos combustíveis, a par do gás e da eletricidade, a organização teme um inverno “duro”. “Com a diminuição da temperatura e com a questão dos aquecimentos, quer seja a eletricidade ou a gás, vai haver menos capacidade para aquecer os lares e as habitações. Se tivermos vagas de frio, como tem acontecido em janeiro e fevereiro, acreditamos que serão meses complicados para a população de Braga”, considera.
Questionado sobre como estão a fazer face aos aumentos, David Rodrigues revela que, até ao momento, a organização tem conseguido suportar os custos, mas não esconde a dificuldade que isso acarreta. “Temos conseguido absorver o aumento do gás, da eletricidade e dos combustíveis, contudo, a nossa receita, o nosso resultado, tem diminuído”, revela.
David Rodrigues salienta a importância dos donativos regulares e apela a que os mesmos acompanhem o crescimento dos pedidos de ajuda. “Neste momento não temos nenhuma indicação de que os donativos estejam a diminuir, antes pelo contrário, sentimos que as empresas e os mecenas individuais têm sido generosos com a Cruz Vermelha e as próprias empresas de distribuição têm apoiado a organização com bens alimentares”, indica. “Ainda não tivemos nenhum cancelamento, mas esperemos que os donativos aumentem na mesma proporção das necessidades”, declara.
