Cruz e Almeida criticam falta de investimento na recuperação de espaços culturais em Braga

Jorge Cruz e Carlos Almeida criticam a falta de espaços na cidade de Braga para os agentes culturais locais apresentarem as suas criações. A apresentação do programa da Braga 25 – Capital Portuguesa da Cultura – foi o tema central do Praça do Município desta semana.
O comentador Jorge Cruz critica o facto de os partidos políticos não terem sido envolvidos na definição da programação cultural do próximo ano. “Não dá resposta à ligação com os parceiros locais, salvo um ou outro caso, ao contrário do que sucedeu quando foi para elaborar o programa da Capital Europeia da Cultura, momento em que foram ouvidas as forças vivas da cidade, parceiros culturais, partidos políticos que têm também uma palavra a dizer”, afirmou. Cruz criticou ainda que o facto de “um executivo composto por 11 pessoas” discutir estes assuntos “no máximo por seis pessoas”. “Há aqui uma falta de transparência e democraticidade”, acrescentou.
Já Carlos Almeida lamenta que o município não tenha investido, nos últimos anos, na recuperação dos espaços culturais. “Este título para Braga no próximo ano tem que ser visto como uma grande oportunidade para colocar a cultura na agenda das políticas públicas municipais”, atirou.
O comentador lamenta que “não tenha sido feito muito, do ponto de vista do investimento na cultura, em Braga, nos últimos anos, nomeadamente nos espaços culturais”. “O que temos é o que já tínhamos há muito tempo, não há investimento na recuperação dos espaços, mas é importante que se deixei ficar alguma coisa, que haja um legado”, frisou.
Ainda sobre o panorama cultural bracarense, Jorge Cruz criticou o facto de a autarquia não avançar com o anunciado quarteirão das artes. O município adquiriu o edifício contíguo ao Theatro Circo “para dispor de mais espaço e ser um pontapé de saída para o quarteirão das artes”, juntamente com o antigo S. Geraldo e o Pé Alado”. Na opinião de Jorge Cruz, este espaço dedicado às artes “deveria incluir o centro comercial que ali existe”. “A Câmara anunciou que vai recuperar os centros comerciais de primeira geração, que é o caso daquele, e seria uma excelente oportunidade de resolver o problema no plano urbanístico e criar o quarteirão”, completou.
Para Carlos Almeida, a Galeria da Estação é um dos espaços culturais que podia ser “rentabilizado do ponto de vista cultural”. Nesse campo, Jorge Cruz lembrou que foi ali instalada uma Galeria mas que, entretanto, “começou a meter água, literalmente”. Para Almeida, “continua a ser uma falha, a nível local, e às vezes não é só a falta de espaços, mas também a falta de uma tomada de decisão, para que os espaços possam ser usados para esses fins”, rematou.
A cultura esteve em destaque no programa de debate político da RUM, nomeadamente a programação da Braga 25. Pode ouvir o Praça do Município novamente esta segunda-feira, depois do jornal das 20h00.
