CRUP mais “aberto à sociedade” e focado na “valorização do ensino superior”

Um Conselho de Reitores “aberto à sociedade” e focado na “valorização do ensino superior”. Esta será a linha orientadora do novo presidente do CRUP, Paulo Jorge Ferreira. A eleição decorreu na reitoria da Universidade do Minho, em Braga, esta terça-feira. Paulo Jorge Ferreira sucede assim a António Sousa Pereira, reitor da Universidade do Porto.


O reitor da Universidade de Aveiro conseguiu 11 votos, enquanto a candidatura do responsável máximo da UMinho, Rui Vieira de Castro, apenas recolheu 5 votos.

A “abertura à sociedade” será um dos vetores que irá pautar a presidência de Paulo Jorge Ferreira que pretende alargar as questões relacionados com o ensino superior à sociedade de uma forma “publicamente mais obvia”.

O envelhecimento populacional é uma das preocupações do novo presidente do CRUP. Situação que teme possa vir a contribuir para a “desvalorização do ensino superior”.

“Temos cada vez menos jovens, o que significa que cada um dos jovens que temos é precioso. O CRUP pode ir ao encontro desse problema com propostas e pensamentos para o futuro de maneira a termos uma sociedade mais bem equipada para lidar com estas situações desafiantes”, declara.

De acordo com o Jornal Público, a principal divergência das duas candidaturas estaria relacionada com a visão sobre o novo modelo de financiamento das instituições de ensino superior para 2024. A nova fórmula prevê que 70% da verba dependa do número de estudantes inscritos em cada instituição de ensino superior. Os restantes 30% são destinados a corrigir as divergências entre o valor da dotação do Estado recebido por algumas instituições e aquilo a que teriam direito se a fórmula anterior tivesse sido aplicada, devido ao crescimento conseguido nos últimos anos.

Questionado pela RUM, o novo presidente do CRUP recusa “divergências a esse nível”, visto que o subfinanciamento do ensino superior em Portugal é indiscutível.

“Segundo números do Ministério (da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) entre a média da OCDE e a média do Ensino Superior em Portugal, faltam 6 mil dólares por estudante em paridade de poder de compra. O que dá, fazendo as contas aos 225 mil estudantes das universidades públicas segundo números do Ministério para o orçamento de 2024, um défice de 1,2 mil milhões de dólares”, alerta.

Para Paulo Jorge Ferreira o facto de terem existido, uma vez mais, duas propostas para a liderança do CRUP é algo positivo, caso contrário o debate seria menos “enriquecedor”.

A crise política instalada em Portugal colocou em stand-by dossiês como os estatutos dos investigadores. Paulo Jorge Ferreira promete estar atento, de modo a aproveitar as oportunidades que irão surgir.

O novo presidente do CRUP recorda o contributo das apelidadas novas universidades, são elas: Aveiro, Évora, Minho e Nova de Lisboa, que ao longo dos últimos 50 anos têm contribuído para a “transformação nacional”. Agora, é premente pensar “o que podem fazer para o futuro”.

Paulo Jorge Ferreira tem 61 anos. É professor catedrático e doutorado em Engenharia Eletrotécnica. Desde 2019 que dirige os destinos da Universidade de Aveiro. Foi reeleito no ano passado e tem mandato até 2026.

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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