Covid-19. Bracarense a viver no Reino Unido vê moeda própria como vantagem

Tiago Corais, bracarense a viver no Reino Unido, considera que o internamento de Boris Johnson nos cuidados intensivos fez aumentar o nível de preocupação dos britânicos, no início desta semana. A residir em Oxford há vários anos, e envolvido na vida política do Reino Unido, Tiago Corais contou à RUM que, apesar de tardio, os britânicos começam a ter noção do problema. 


No que respeita à economia, o bracarense considera que o Reino Unido tem apenas “uma vantagem em relação a Portugal e à maioria dos membros da UE, as medidas para mitigar o problema económico e social”. “Por terem moeda própria podem ser muito mais ambiciosos no apoio à economia”, defende. A empresa onde Tiago Corais trabalha está fechada com o Estado a pagar 80% dos salários até ao valor máximo de 2500 libras, mas a administração “já decidiu pagar 90% dos salários de todos os trabalhadores”. As medidas “permitirão que depois do vírus, a recuperação da economia seja mais rápida e o problema social seja muito menor”, acredita.


No testemunho, Tiago Corais assinalou que no governo britânico, o crescente aumento de casos pode ter colocado ainda mais à prova o governo de Boris Johnson à prova. “Os britânicos estão surpreendidos e a torcer por ele, mas ao mesmo tempo existe um sentimento geral de que estamos, pelo menos por uns tempos, orfãos do Primeiro Ministro e vai ser preciso perceber se o Governo está à altura do desafio sem Boris Johnson no leme”, analisa.

Na opinião do bracarense, os britânicos começam a ter noção da força da covid-19. “Acho que a maioria da população britânica está mais consciente dos riscos deste vírus e nota-se nos supermercados e nas ruas, as pessoas tentam manter o distanciamento”, explica. Reconhecendo que através da comunicação social se percebe que ainda existem pessoas sem noção do problema”, com a polícia a fazer patrulhas pedagógicas.

Muitos britânicos estão a trabalhar remotamente a partir de casa, algo que já acontecia, anteriormente.

No Reino Unido, nas últimas 24 horas, morreram 938 pessoas, um valor próximo dos máximos registados em Itália e em Espanha. No total há mais de 7 mil vítimas no Reino Unido e perto de 19.500 pessoas estão hospitalizadas com a doença, entre elas Boris Johnson.

Modelo prevê que o Reino Unido será o país com mais mortes em todo o mundo

Ainda assim, um modelo criado pelo Instituto de Avaliação e Métricas de Saúde da Universidade de Medicina de Seattle prevê que, no quadro actual, o Reino Unido será o país com o maior número de vítimas mortais por causa desta pandemia.

O cenário agora previsto é de que no Reino Unido vão morrer 66.314 pessoas até ao início de Agosto.

Um valor acima daquele que o Governo britânico tinha como estimativa, fornecido pelo Imperial College de Londres. Nesse estudo, as estimativas são que com as medidas de distanciamento social o Reino Unido irá ter entre 20 a 30 mil vítimas mortais. 

Para Portugal, este modelo da Universidade de Seattle aponta para 471 vítimas mortais até 4 de Agosto. Um trabalho que tem sido no entanto criticado por vários cientistas britânicos uma vez que está a fazer previsões com base nos resultados de outros países que já estão mais à frente no tempo da epidemia.

Já este modelo da Universidade de Seattle coloca o número de vítimas mortais no país no dobro, acima dos 60 mil. 

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Elsa Moura
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