Contratação de “127 trabalhadores” para o Hosp.Braga vai custar 2ME

O deputado do PSD Álvaro Almeida apontou, esta segunda-feira, em sede de comissão parlamentar conjunta de Orçamento e Finanças e de Saúde, que os custos do Hopital de Braga enquanto Parceria Público Privada (PPP) eram de “186 milhões de euros”, sendo que a previsão aponta, em 2020, depois de ter passado a Entidade Pública Empresarial (EPE), para os “218 milhões de euros”. “Este é um exemplo de como as opções ideológicas levam a aumento de despesa”, afirmou.
Na resposta, a ministra da Saúde lembrou que “quando comparamos gestão pública e privada, comparamos modelos diferentes”. “Aos trabalhadores de Braga, com excepção dos médicos, aplicavam-se as 40 horas. É preciso contratar mais 127 trabalhadores adicionais para cumprir as 35 horas. Acresce um encargo de dois milhões de euros. Não parece que seja opção manter as 40 horas”, exemplificou. A estes números acrescem 1,7 milhões de euros, consequência da aplicação da tabela de remuneração da administração pública. Segundo Marta Temido, os valores base de admissão quando era regime de PPP eram “valores mais baixos”. “Vamos aplicar as tabelas. São encargos adicionais que terão de se reflectir nos acréscimos”, acrescentou.
Para Marta Temido, os números no orçamento “são claros e objectivos”. Na resposta à crítica de má gestão, a ministra enumerou as acções feitas durante a anterior legislatura: mais 120 unidades de saúde familiar, mais 400 mil portugueses com médicos de família, mais saúde oral em 111 concelhos, aumento em quase 15 mil profissionais e reposição das 35 horas.
Para o PSD, o governo dizer que o SNS é uma prioridade “não tem fundamento”, já que isso “deveria significar que a saúde tinha uma parcela do OE maior do que as ouras áreas. Não é esse o caso. A despesa aumenta apenas 2,8% e despesa primária cresce cerca de 5%. Dizer que é prioridade quando a parte que vai para a saúde acaba por diminuir, é uma ilusão”, afirmou.
Marta Temido admitiu que 2020 será um ano “particularmente exigente para todos os que trabalham no SNS”, embora constitua, nas suas palavras, “a grande prioridade do Orçamento do Estado”.
