Contas de Guimarães espelham “boa saúde financeira”, dizem autarquia e oposição

O executivo municipal de Guimarães é unânime em referir que o município está “sólido” e com “boa saúde” financeira, depois de aprovado o relatório e contas relativo ao ano de 2020.
O documento, aprovado esta segunda-feira em reunião de executivo com os votos a favor do PS e a abstenção da coligação PSD e CDS, indica que houve, entre outros números, 63 milhões de euros em despesas correntes, 83 de receitas, e um resultado líquido de 4 milhões.
Para o vereador do CDS, António Monteiro de Castro, os dados representam um “município sólido financeiramente” com o “passivo a ser reduzido” ao longo dos últimos anos. Apesar dos elogios, os vereadores da oposição abstiveram-se na votação e Monteiro de Castro justificou a decisão por não concordar com a política fiscal.
“Do ponto de vista fiscal, não tem havido aquela atenção que nós entendemos que devia haver no respeitante ao IRS, ao IMI e à derrama. Por essa razão, e pelo documento contemplar projetos diferentes dos nossos, abstemo-nos”, assinalou.
Para o vereador da oposição, o IMI em Guimarães, atualmente nos 0,33%, podia baixar para os 0,30%, valor que podia contribuir para “captar mais empresas” e “apoiar mais as famílias”. Monteiro de Castro disse ainda, sobre as empresas, que “falta uma bolsa de terrenos” identificada pela autarquia para seduzir mais empresas a instalarem-se no concelho, referindo ainda que a diminuição do número de habitantes em Guimarães deve-se “à falta de empresas” e, consequentemente, de “emprego”.
Na resposta a Monteiro de Castro, o vereador com o pelouro do desenvolvimento económico, Ricardo Costa, começou por referir que, em relação ao IMI, o valor praticado em Guimarães é o “mais baixo” entre os concelhos de Braga, Famalicão e Barcelos, que compõem o quadrilátero urbano. A diminuição do referido imposto, referiu o vereador do PS, não se coloca porque há uma “perceção” de que o volume da derrama pode baixar para metade – de 4 passará para 2 milhões de euros – em 2020.
Ricardo Costa enalteceu ainda a redução da dívida municipal em “32 milhões de euros” em sete anos, altura em que o atual executivo entrou em funções, referindo ainda que são investidos anualmente, em média, “30 milhões de euros”, valor que não “onera os vimaranenses”.
Já o presidente da Câmara, Domingos Bragança, vincou que “o relatório e contas expressa uma situação financeira boa”, o que permite à autarquia “realizar projetos”, muitas vezes recorrendo a ajuda externa, como são os casos das obras de requalificação do Teatro Jordão e da Garagem Avenida, nos quais houve recurso a 90% de verbas comunitárias.
