Conselho Geral. Alojamento, salas de aula e estudantes internacionais preocupam candidatos

Os candidatos a representantes dos alunos do Conselho Geral consideram que esse órgão da Universidade do Minho pode ter um papel mais ativo em matéria de alojamento estudantil. Entrevistados a propósito do ato eleitoral, que se realiza na quarta-feira, das 10h às 20h, através da plataforma e-VotUM, Miguel Martins e Margarida Isaías pediram mais atenção para o tema, dividindo em duas categorias.

Ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência, a academia minhota vai contar com duas novas residências: no edifício da Fábrica Confiança, em Braga, e no da escola Santa Luzia, em Guimarães. Apesar desse compromisso, Margarida Isaías teme que “possa não haver verbas suficientes para que os projetos sejam concretizados”. Nesse sentido, diz que é “importante existir um acompanhamento” por parte do Conselho Geral em relação a esta matéria.


Por outro lado, alerta para “as condições das residências já existentes”, lamentando que “o mais recente plano de atividades dos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho não tenha uma verba específica” para a reabilitação dos edifícios. “Como é o órgão que aprova ou não esse documento, o Conselho Geral tem um papel fundamental”, vinca.

Na mesma linha, o candidato da Lista B, apesar da “situação económica bastante frágil da universidade”, é da opinião que o Conselho Geral tem uma palavra a dizer na “atribuição de verbas para a requalificação das residências”. Além disso, nota, pode “exigir ao governo que cumpra a promessa da construção das residências universitárias”, com “uma postura mais proativa e reivindicativa”.


Falta de material e escassez de salas de aula na mira dos candidatos


No início do mês foi relatado o corte do fornecimento de gás à Universidade do Minho, que fez com que alunos sentissem frio nas salas de aula e algumas investigações parassem. Sobre esse assunto, a atual presidente da associação académica mostra-se “muito preocupada com o facto de a Universidade do Minho não ter capacidade para gerir os contratos e tudo o que é necessário para garantir o abastecimento de gás”.


Para Miguel Martins, este é “um exemplo que ilustra bem as dificuldades que a universidade possui ao nível das condições” disponibilizadas aos estudantes. O candidato que se apresenta sob o lema ‘Resposta estudantil’ alerta para a falta de cadeiras nas salas de aula e de material, nomeadamente de marcadores. “Estes detalhes acabam por ser fundamentais na medida em que impactam o processo de aprendizagem e prejudicam consequentemente os estudantes”, assinala.

A representante da lista que tem como mote ‘Reafirmar os estudantes’ tem uma visão idêntica, apontando ainda “a insuficiência do número de salas de aula para acolher o número crescente de alunos” e a necessidade de haver mais espaços comuns. “Várias vezes, mesmo enquanto associação académica, temos dificuldades em reservar uma uma sala ou um auditório porque estão todos ocupados”, lamenta.


Noutra dimensão, levanta a hipótese de se implementar um modelo misto de ensino, com aulas presenciais que possam ser transmitidas onlinePara se concretizar este caminho, ao nível da inovação pedagógica, salienta que seria necessário uma maior aposta a nível tecnológico e recetividade por parte dos docentes.



Listas querem baixar valor das propinas para estudantes internacionais

Ambas as candidaturas defendem uma eliminação progressiva das propinas para todos os estudantes. Quanto aos alunos internacionais, “no imediato”, Miguel Martins defende “uma redução drástica do valor”. “Há um diferencial muito grande entre os valores que são pagos pelos estudantes nacionais e os valores que são pagos pelos estudantes internacionais”, frisa.


Não negando o peso da receita que essas propinas representam para as contas da Universidade do Minho, o candidato da Lista B afirma que seria preciso “pensar e discutir” sobre o valor mais ajustado para a situação em causa. Por seu turno, Margarida Isaías quer estabelecer um teto máximo para estudantes da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa nos três ciclos de estudos.

Além disso, considera que a Universidade do Minho precisa de melhorar a integração dos alunos internacionais, até porque são “poucas as discussões no Conselho Geral sobre esses estudantes”, sugerindo a implementação de formações complementares sem custos acrescidos.


“São alunos que tiveram um percurso, ao nível da escola secundária, muito diferente do nosso. Não existe uma forma de adaptação destes estudantes ao respetivo currículo. Sofrem também, muitas vezes, alguma discriminação porque depois se nota que estes estudantes têm maiores dificuldades, com um menor aproveitamento académico”, refere.

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Tiago Barquinha
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Sara Pereira
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