“A escola deve ser um espaço produtor de emoções positivas para toda a comunidade educativa”

A felicidade e bem-estar, a inovação pedagógica e a educação inclusiva são alguns dos temas em destaque no 3.º Congresso das Escolas, que decorre até sábado, no Altice Forum Braga. A iniciativa da AEEP – Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo, ANDAEP – Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, ANDE – Associação Nacional de Dirigentes Escolares e ANESPO – Associação Nacional de Escolas Profissionais conta com diretores de escolas públicas, privadas e das escolas profissionais e diversos convidados.


Na sessão de abertura, Carla Sepúlveda, vereadora da Educação na Câmara Municipal de Braga, destacou o trabalho desenvolvido pela autarquia na área da educação especial, “uma esfera em que o município muito tem investido e para a qual pretendemos continuar a trabalhar para assegurar melhores condições para as crianças e jovens, professores e famílias”.

“Foi com algum regozijo que olhei para o programa e vi um painel dedicado à temática felicidade e bem-estar. A escola deve ser, efetivamente, um espaço produtor de emoções positivas para toda a comunidade educativa. Todavia, esta felicidade e bem-estar só nos parecem poder ser conquistadas se o sistema estiver estruturado de forma a permitir que passemos da teoria à prática”, considera.

Carla Sepúlveda destaca também a inclusão. “Temos cerca de cinco mil alunos migrantes e este número, dado à conjuntura mundial atual, tende a crescer nos próximos tempos”, aponta, acrescentando que, no seu entender, “apesar da escola se ter adaptado a esta nova exigência cultural e social, falta suporte a estas crianças e jovens que chegam a um país diferente e muitas vezes sem qualquer retaguarda”.

Pedagogia, o perfil dos docentes, literacia, os media e o papel da arte nas aprendizagens são outros dos temas em discussão. Para a vereadora, “a escola não é apenas um espaço físico para lecionar matérias científicas ou conteúdos programáticos, é também, cada vez mais, um espaço de e para pessoas”. Neste sentido, considera que deve ser também “um espaço humanizador”, começando pela “transmissão de saberes, de valores e princípios”.

Ministro da Educação marcou também presença no arranque deste congresso.


Na intervenção, João Costa realçou as transformações no ensino ao longo das últimas décadas. “Há apenas 25, 30 anos a solução que tínhamos para os alunos que tinham mais dificuldades era mandá-los embora e era por isso que tínhamos níveis superiores a 50% de abandono escolar precoce. E hoje, graças ao trabalho diário nas escolas portuguesas, temos mínimos históricos de abandono escolar precoce”, frisa, sublinhando ainda a atual taxa de frequência no ensino superior.

Para o ministro trata-se de “um sinal de que a escola em Portugal, ao longo destes quase 50 anos de democracia, tem vindo a cumprir a sua missão”. “De forma fácil, não, de forma exigente, de forma difícil, de forma rigorosa, porque mais fácil é sempre a exclusão. A inclusão é cara, é difícil, dá trabalho, mas compensa no final e é sempre um caminho em curso. A inclusão nunca está conseguida, na mesma medida em que a democracia nunca está”, conclui.

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Catarina Martins
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