ASPA: “Se a ideia avançar, pode entrar em conflito com a classificação”

O presidente da Associação para a Defesa, Estudo e Divulgação do Património Cultural e Natural (ASPA) considera que o novo rumo que a Câmara Municipal de Braga quer dar à Fábrica Confiança pode entrar em conflito com a eventual classificação do imóvel. O Ministério da Cultura abriu, em Novembro de 2018, o processo para a classificação do edifício da antiga saboaria como imóvel com valor patrimonial, sendo que ainda não é conhecido o veredicto.
Em relação à intenção da Câmara Municipal de Braga de transformar o espaço numa residência universitária privada, Armando Malheiro teme que possa “entrar em conflito directo com a classificação”, caso se confirme, destacando que esse estatuto serve como uma “medida de protecção em termos de património”.
Lembrando que “o imóvel foi comprado para fins culturais”, em 2013, o presidente da associação bracarense que integra o movimento Plataforma Salvar a Fábrica Confiança afirma que, “na prática, o edifício vai transformar-se numa hotel residência”. “Se depois lhe acrescentarem lojas, tornando-se num espaço comercial, obviamente que isso está fora daquilo que é a utilização de um espaço para fruição pública e do que é um equipamento cultural”, complementa.
A Câmara Municipal de Braga confirmou esta quarta-feira que vai seguir em frente com a alienação do edifício da antiga Fábrica Confiança, mas os interessados só poderão requalificar o espaço para uma residência universitária.
Para confirmar a viabilidade desta solução, numa altura em que está em curso o processo de classificação, a autarquia suspendeu a alienção e submeteu um Projecto de Informação Prévia, que se trata de um rascunho do processo de licenciamento do espaço.
