Comissão de Proteção ao Idoso com sede em Braga defende estrutura nacional

O presidente da Comissão da Proteção ao Idoso, criada há dez anos em Braga, defende a criação de uma comissão de defesa às pessoas idosas, à semelhança com o que acontece com as crianças.
Esta quinta-feira, à margem da apresentação do balanço de dez anos de atividade na região norte do país, Carlos Branco – presidente da comissão, reconheceu que “da mesma forma que existe uma comissão de proteção para as crianças e jovens em risco, faria todo o sentido haver para os idosos, que continuam ainda muito desprotegidos e muito desapoiados”. O responsável alerta que os idosos “continuam a ser maltratados, vítimas de violência” e “não conseguem ter acesso ao direito” e, por isso, “faria todo o sentido haver uma comissão para os idosos”, reivindicando um “outro olhar do Estado” para os idosos.
Já a figura do provedor do idoso também desenvolve um papel importante, existindo, no entanto, em poucos municípios. Na região já foi implementada em Guimarães, Amares, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho e Terras de Bouro. Em fase de implementação estão outros seis municípios, entre eles, Braga e Vila Verde.
Amandina Conde Alves, procuradora da República e membro da direção da comissão de proteção ao idoso aponta para outros constrangimentos que se colocam e que são difíceis de ultrapassar. “O maltrato é de um familiar, filhos ou outro tipo de cuidador, e eles próprios têm receio de denunciar porque ficam sem o apoio dessa pessoa e a comunidade não gosta de se envolver”, analisa, acrescentando que o primeiro constrangimento é a denúncia e o segundo é a colaboração da vítima” que, “muitas vezes não encontra outras estruturas de apoio”.
Avaliando de forma “muito positiva” os primeiros dez anos de trabalho no terreno, a direção acredita que “tem contribuído para melhorar a condição da pessoa idosa em matéria de proteção e direitos”.
“Garantir a representatividade formal das pessoas idosas vulneráveis, combater todas as formas de discriminação em razão da idade e tolerância zero na violência contra a pessoa idosa” são os objetivos desta comissão para a próxima década.
