Comentadores do Praça do Município culpam CMB pela degradação do 1.º de Maio

Logo que a UMinho apresente o relatório que a Câmara de Braga encomendou devido à degradação do Estádio 1.º de Maio, a autarquia vai avançar com “um estudo de reabilitação estrutural, para aliviar qualquer dificuldade de segurança e preservar a estrutura existente”.
A informação foi avançada por João Granja, no programa Praça do Município do último sábado, onde a requalificação da antiga casa do SC Braga e a proposta que o clube arsenalista apresentou recentemente à autarquia foram o tema central.
O comentador adiantou ainda que a entrega do relatório deve estar para “muito breve” e que, “numa terceira fase estão previstos os trabalhos do interior, para valorizar e aproveitar melhor o estádio”.
Carlos Almeida, João Granja e Jorge Cruz lamentam o estado de degradação do 1.º de Maio, fruto do desinvestimento dos sucessivos executivos.
Granja reconhece que “o 1.º de Maio já devia ter merecido mais atenção por parte dos executivos”.
Também Carlos Almeida admite que este “não é um problema de hoje”, mas critica o atual executivo liderado pela coligação de direita. “A Câmara não tem dado a mínima resposta. O património existe não é para se dizer que está classificado, mas para ser protegido e salvaguardado”, nota.
No entanto, a crítica estende-se a executivos anteriores uma vez que “esta degradação não começou há oito anos”.
“Os diversos executivos não trataram devidamente o assunto e chegamos a uma situção de emergência. A Câmara tem a responsabilidade e deve ser a autarquia a resolver o problema, porque, para além de ser património público, é da gestão do município”, afirmou Jorge Cruz.
Condição de património do 1.º de Maio deve ser respeitada, dizem os comentadores
A proposta que foi apresentada pelo SC Braga à autarquia, e que foi recentemente tornada pública, mereceu também a atenção dos comentadores do programa.
Carlos Almeida começou por lembrar que o Estádio Municipal de Braga mereceu, na altura, a aprovação do PSD, na altura no papel de oposição, na era de Mesquita Machado.
O comentador entende ser prioritária “a requalificação do 1.º de Maio, no respeito da sua condição de património classificado e a partir daí a rentibilização dos dois estádios e equipamentos adjacentes, a favor da prática desportiva, dos clubes e restante movimento associativo local”. “Quando falo em clubes, falo do envolvimento direto do SC Braga, ABC e outros clube”, acrescentou.
Para João Granja, “não é razoável que se equacione a possibilidade de abandono de um Estádio que o custo andará à volta dos 200 milhões de euros, para se ir agora gastar 60 milhões num novo Estádio para o SC Braga”. “Se, de facto, o SC Braga tem tanta facilidade em mobilizar 60 milhões podia fazer um excelente trabalho investindo no criar de condições na ‘Pedreira’ e julgo que este ambiente de campanha eleitoral para o SC Braga não é o melhor momento para se dialogar sobre o tema”, afirmou ainda Granja.
Jorge Cruz lamenta que a Câmara não tenha acautelado várias situações, aquando da cedência dos terrenos adjacentes ao Municipal para a construção da academia, nomeadamente o facto “de aquele Estádio seria utilizado pelo SC Braga”. O comentador diz que ainda há tempo para negociar uma alternativa que agrade a ambas as partes, “sendo certo que a ‘Pedreira’ não pode, de um momento para o outro, ser abandonada”.
“O SC Braga não pode usar essa forma de pressão (a falta de condições no Estádio Municipal) para obrigar a Câmara a tomar qualquer decisão”, disse ainda Jorge Cruz. O comentador lamenta que a proposta que o clube apresentou “altere a traça do Estádio, o que não é condizente com o facto de se tratar de um monumento, e rentabilize, com construção comercial, espaços que, neste momento, são espaços desportivos, como é o caso do pavilhão do ABC”.
