Com apenas 11 inscritos, projeto da Câmara de Braga para as pontas letivas está em risco
A implementação do ‘Supera-te’ “não correspondeu às expetativas” da Câmara Municipal de Braga. O cenário foi descrito, esta quarta-feira, à margem da visita da vereadora da Educação à EB 2,3 de Real a propósito do programa ‘incluIR’.
O projeto desenvolvido pela autarquia para dar resposta às crianças e jovens com necessidades específicas nas pontas letivas começou em setembro. Das 49 pré-inscrições, atualmente apenas 11 alunos frequentam a iniciativa, “um número que tem vindo sempre a diminuir”.
Passado o primeiro período, tendo em conta a pouca adesão e o “investimento muito grande” que representa para a câmara, cerca de 265 mil euros, considera que, neste momento, “não é uma resposta que faça qualquer sentido o município continuar a apostar”. “Até ao final do ano letivo, a resposta está contratada e, portanto, garantida. No próximo a ver vamos. Ainda vamos estudar”, assinala.
Na origem da afluência abaixo da esperada, de acordo com a vereadora, estará “a procura, por parte dos pais, de um tipo de acompanhamento que o município não aposta”, salientando que “o compromisso se prende com uma resposta de retaguarda para as horas onde as crianças não têm onde ficar”. “Os pais vêm reclamar sempre terapias ou apoio ao estudo”, prossegue, frisando que “não é esse o objetivo do programa”.
“Também temos pedidos de pessoas para que as terapias sejam feitas nas instalações onde decorre o programa. Se cada uma daquelas crianças tivesse um terapeuta lá dentro, desvirtuava aquilo que era, efetivamente, a nossa ação. Por outro lado, já fizemos uma consulta inclusivamente à Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares e não é permitido que o [serviço] privado seja incluído no público”.
No sentido de arranjar uma solução, a Câmara de Braga vai tentar, junto da Segurança Social, que “as entidades que apresentam alguma resposta específica para as crianças possam abrir mais vagas, de forma a que os pais tenham alternativas fora da escola”.
