Colégios de Braga dizem que regresso ao ensino à distância peca por tardio

Ainda não é oficial, uma vez que depende da aprovação do decreto presidencial que prolonga o estado de emergência até 14 de fevereiro esta quinta-feira na Assembleia da República e, posteriormente, da aprovação das medidas de regulamentação por parte do Conselho de Ministro, mas já é público que o documento prevê a proibição ou limitação de aulas presenciais.

Em Braga, os colégios estão preparados para assumir o ensino à distância a qualquer momento. Uma decisão que os diretores consideram pecar por tardia.

CLIB não seguiu orientações do Governo e implementou de imediato o ensino à distância 


Na cidade, há inclusive quem não tenha seguido as orientações do ministério da Educação e adotado de imediato o modelo de aulas online. É o caso do Colégio Luso Internacional. A diretora do CLIB, Helena Pina Vaz, considerou a interrupção letiva “descabida” e, por isso, o colégio “passou imediatamente para aulas online, que começaram na sexta-feira passada”.

O CLIB segue “um calendário de exames internacional que não pode mudar ou ser ajustado em Junho”, justificou a diretora. Além disso, Helena Pina-Vaz considera ser “absurdo querer controlar e impedir alguém de ensinar ou aprender. Não é legal”. “Não hesitamos em desobedecer (à orientação do ministério da Educação)”, realçou.

Neste colégio, “o calendário escolar não sofrerá qualquer alteração”. “Dos pais tivemos mensagens unânimes de apoio”, desvendou a diretora.

Em declarações à RUM, a responsável fez ainda saber que desde Dezembro que o CLIB adotou um regime de ensino misto, onde pais de crianças com mais de dez anos decidiam se o filho ia ou não à escola. “Tínhamos, em simultâneo, ensino presencial e online e correu tão bem que no início do 2.º período os pais continuaram a decidir se os alunos vinham ou não. Apenas 30% os alunos ficaram em casa”, revelou. 

Colégio D. Pedro V adapta aulas para reduzir número de horas em frente ao computador


No colégio D. Pedro V também está tudo pronto para avançar para o ensino à distância. O colégio tinha tudo preparado para adotar o ensino online, algo que o diretor Hugo Dias considera que “já devia ter começado”. “Os horários estavam estipulados, e estava definida a distribuição de serviços”, revelou. Depois de um primeiro confinamento que atirou os alunos portugueses para casa, o diretor garante que serviu para aprender e, por isso, tiveram em consideração, neste segundo confinamento, por exemplo, “o tempo que as crianças passam em frente do computador e a necessidade de flexibilidade, nomeadamente com a redução de impressões ou recursos que as famílias não tenham em casa”.

No colégio D. Pedro V as aulas online vão ser adaptadas às necessidades de cada turma. O dia começará às 9h30, com umas aula de 45 minutos com a professora de matemática, português e estudo do meio e, depois, têm um trabalho assíncrono, podendo ser um trabalho que resulta da aula que tiveram antes ou que vão ter à tarde. Depois, os alunos desligam-se do computador, onde só voltam às 14horas para interagir novamente com a professora. Para terminar, há uma atividade de enriquecimento curricular, seja música, educação física, yoga ou inglês. Na creche, a educadora estará em contacto com os pais para acompanhar e aconselhar as crianças que estão em casa.

Colégio João Paulo II aposta na formação de docentes e inclui competências informáticas no CV dos mais novos


Em muitos casos, com pais em teletrabalho e mais do que um filho em ensino à distância, os equipamentos informáticos não são suficientes. Por isso mesmo, o Colégio João Paulo II tem 100 computadores disponiveis para empréstimo. O diretor Fernando Fidalgo diz ser “inadmissível” que o Governo não tenha “permitido aos colégios privados manter o calendário oficial que tinham definido”. Também neste estabelecimento de ensino está tudo preparado para que as aulas migrem para o online. Em muitos casos, com os pais em teletrabalho e mais do que um filho com aulas à distância, o material informático não é suficiente, mas o colégio está disponível para ajudar. “Temos 100 portáteis, que fomos disponibilizando”, informou o diretor.

Fernando Fidalgo lembra que “o colégio vai trabalhando com as crianças, desde muito cedo, a parte informática e os professores, desde a primeira fase, têm tido muitas formações de ensino à distância”, não se antevendo assim grandes dificuldades.

O Colégio João Paulo II já havia solicitado ao Governo, no decorrer da primeira vaga, autorização para implementar um regime misto de ensino. O pedido foi negado pela tutela.

O atual estado de emergência termina a 30 de Janeiro e vai ser prolongado até 14 de Fevereiro. 

Entretanto, esta quarta-feira, o primeiro-ministro revelou que o ensino à distância deverá prolongar-se para lá destes 15 dias. 

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Liliana Oliveira
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