Cantata do Colégio D. Pedro V chega às famílias dos alunos através da rádio

Chegamos ao colégio D. Pedro V, bem no coração da cidade de Braga, perto das 10 horas. Do lado de lá, já noa aguardavam os alunos do 4.º ano, preparados para mais um ensaio. O repertório contam com três interpretações.

No salão estavam todos devidamente distanciados, com máscara e prontos para afinar a voz. O primeiro dos obstáculos, em 2020, é precisamente a máscara, que “atrapalha na comunicação verbal”, alertou a professora Marta Oliveira. “Com a máscara temos que cantar muito mais alto”, acrescentou Joana Oliveira, aluna do 4.º ano.

“Damos aulas num salão muito grande, eu tenho um palco e temos distância de quase dez metros entre mim e eles”, explicou a docente. Habituados a cantar juntos, a pandemia da Covid-19 veio alterar a dinâmica das aulas. “Sentem muita falta do estrado, nas aulas cada um tem a sua cadeira e estão distanciados”, referiu ainda Marta Oliveira. A professora usa o olhar e o piana para os dirigir, a isso junta-se a motivação e o gosto pela música que “superam todas as dificuldades”.

Para a Joana, a cantada é sinónimo de “espalhar o espírito natalício com as músicas”, mas 2020 trouxe consigo várias supresas e a presença indesejável da Covid-19. O novo coronavírus forçou a mudança de planos. A cantata, que habitualmente é apresentada à família nas instalações do colégio, teve este ano que encontrar uma nova forma de chegar à plateia. O colégio D. Pedro V escolheu a rádio, em particular a RUM, para o fazer. “Achamos que poderia ser uma óptima sugestão ouvi-los de uma forma diferente. A rádio, que já é tão tradicional e intrínseca no nosso quotidiano, seria uma óptima forma mostrar algum do trabalho do colégio”, explicou o director Hugo Dias.

Assim, as vozes dos 200 alunos, do pré-escolar e 1.º ciclo, estão prontas para iniciar esta viagem de Natal, através da rádio.

O que pensam os mais pequenos da Covid-19?


Joana não tem dúvidas de que este “é um vírus que veio para este planeta e só veio fazer estragos”. Já Mateus Teixeira, aluno do 3.º ano, relembra que “temos que ter muito cuidado com este vírus”, principalmente “as pessoas com mais idade”. Aos oito anos, Mateus relembra que devemos “usar máscara e desinfectar as mãos”.

Os cuidados têm sido seguidos por todos, incluíndo por Joana que tem “ficado por casa”. “Não podemos estar muito com a família, especialmente com os nossos avós”, referiu. Joana visita todos os dias os avós mas “sempre à distância”.

No entanto, serão eles a ausência mais notada na noite de Natal, na casa da Joana.

Este Natal será obrigatoriamente diferente. De coração apertado e olhar triste, Joana lamenta a ausência e as saudades que tem dos avós, que não estarão presnetes na ceia. “Em princípio vou ficar em casa com os meus pais e o meu irmão. Deixa-me triste os avós não etsarem, porque é normal passarmos o Natal todos juntos”, confidenciou.

Também Mateus reconhece as diferenças da época festiva, em 2020. A época natalícia será passada “em casa, com a família e os avós, que estão sozinhos”. Mateus terá os avós, mas isso implica que “todos usem a máscara”.”Não vou poder sair para ver as luzes, porque não se pode sair a partir da uma da tarde”, lamentou.

E, a propósito da época, quisemos testar os conhecimentos destes dois alunos. O que é o Natal?, perguntamos. “É quando jesus nasce”, respondeu Mateus. Para Joana, “Natal é acreditar que Jesus veio à Terra… e nasceu”.

Que desejos guardam para 2021?

A 31 de Dezembro, à meia-noite, muitos são os desejos que pedimos para o ano seguinte. Este ano, depois de meses difíceis de muitas regras e vidas suspenas, o desejo deve ser o mesmo para a maioria das pessoas. No Colégio D. Pedro V o desejo é partilhado por todos. Perguntamos à Joana e ao Mateus o que querem para 2021. A resposta foi imediata: “Que esta Covid se vá embora rapidamente, para podermos estar com a nossa família”, revelou a Joana. “Que a Covid saia daqui e seja expulsa”, desejou o pequeno Mateus. 

E foi ela mesma, a Covid-19, que alterou muitos dos planos e dos procedimentos diários no colégio. Ainda assim, tudo tem “corrido bem”. Também o director partilha o desejo dos seus alunos. “Desejo que tudo volte à normalidade, na prática educativa, no dia-a-dia, na grande aposta do colégio, que são as relações”, frisou.


Hugo Dias reconhece que a pandemia foi “um desafio grande”, obrigando a direcção a estar “atenta à legislação, para que tudo estivesse seguro”. Num colégio onde se previligia a proximidade, “o grade desafio foi o uso da máscara e da viseira e de não se conseguirem aproximar dos alunos”.


O colégio tentou rapidamente reforçar as questões de segurança e adoptar todas as normas impostas pela Direcção-Geral da Saúde e do Governo. Por isso mesmo, contabilizaram-se apenas “dois casos” de Covid-19, levando ao confinamento de duas turmas, mas sem contágio.

“Temos mantido as regras, mas temos brincado. Antes estávamos em mesas em conjuunto, agora cada um tem a sua mesa. Estou sempre com a máscara e à distância dos meus amigos. Não podemos partilhar as coisas e temos que desinfectar as mãos”, revelou Joana Oliveira. 


Foi assim uma grande parte do ano que agora se aproxima do fim. Será assim, pelo menos no início de 2021. Mas no Colégio D. Pedro V, bem no coração da cidade de Braga, a imaginação contraria as limitações. Este ano, o Natal do colégio foi na rádio e através dela na casa de cada família. É a prova de que o Natal é quando e como quisermos.

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Liliana Oliveira
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