CMB não quer ERSAR a fixar tarifas da água

O executivo municipal de Braga aprovou, por unanimidade, um voto de repúdio ao anúncio do governo que pretende que o poder de fixar as tarifas da água regresse para a ERSAR a partir de 2026. A proposta do voto de repúdio foi apresentada pelo PS e é apoiada pelas diferentes forças políticas representadas no executivo municipal. Discordam da proposta do governo considerando que esse poder deve estar alocado às autarquias, sobretudo no caso de Braga que se apresenta até como um “exemplo particular” a nível nacional.

“A partir do momento em que esta decisão venha por imposição da ERSAR, deixamos de controlar. Os municípios conhecem o território e, sobretudo em Braga somos absolutamente independentes, caso único no país. Achamos que o valor da água em Braga ainda podia ser mais baixo, mas ainda assim é dos sítios onde a água mais barata. Vamos ter uma bitóla generalizada a todos os municípios. Em boa hora o PS apresentou esta medida e congratulamo-nos que tanto a CDU como a coligação se tenham juntado”, realçou.

Ricardo Rio também contesta a proposta do governo social democrata. O autarca teme que essa situação leve ao aumento das tarifas em Braga. O autarca manifesta-se “totalmente contra”, apesar de reconhecer que “são necessárias políticas para o setor”. Lembra que em Braga se baixaram preços e tarifários devido à autonomia da Agere e da CMB. Com a ERSAR a fixar os valores, o social democrata diz que não tem muitas dúvidas de que os bracarenses passarão a pagar mais pela água.

Vítor Rodrigues, vereador da CDU sublinha que a medida proposta pelo governo “não faz sentido” e é “inaceitável” uma vez que as situações são no país “são diferenciadas”. E afirma que esta medida “é um passo no caminho da privatização das águas de Portugal e do sistema de fornecimento de água aos portugueses”.