CIM Cávado assume ligação pela A3 mas eventuais prejuízos serão repartidos entre Braga e Porto

O serviço de transporte rodoviário de passageiros entre Braga e Porto, pela A3, tem o objetivo de ser “autossuficiente”, mas as duas autarquias admitem a possibilidade de haver um prejuízo até 50 mil euros. A acontecer, os custos vão ser repartidos entre as duas em frações iguais.
O assunto foi abordado na reunião de câmara bracarense, esta segunda-feira, dia em que a Comunidade Intermunicipal do Cávado começou a assumir a ligação, por delegação de competências da Área Metropolitana do Porto.
O serviço já está no terreno, embora o acordo só seja ratificado na próxima sexta-feira, quando o conselho da Área Metropolitana do Porto se voltar a juntar. Ricardo Rio mostra-se satisfeito por “devolver a normalidade” aos utentes, já que, para alguns deles, se trata de “um serviço essencial” e, por isso, “não podiam sair prejudicados” da discussão gerada em volta do tema.
O tipo de oferta mantém-se praticamente inalterado, à exceção de um dos horários. Tendo em conta os números da operação no ano anterior, 18 mil bilhetes e 1.500 passes vendidos, e considerando que “a procura tem sido crescente”, o presidente da Câmara de Braga diz que há “condições para que o serviço seja sustentável ou que tenha um défice completamente residual”.
Na ótica da CDU, o vereador Vítor Rodrigues refere que a autarquia deveria ter “acautelado” o fim da ligação de outra forma, recordando que, na segunda e terça-feira da semana passada, acabou por não ser feita. “Da parte da Área Metropolitana do Porto, já era público que havia a pretensão da descontinuidade da linha […] Não era necessário chegar às vésperas do final do contrato para se tratar de uma solução concreta”, acrescenta.
O PS também critica “a falta de acompanhamento” da Câmara de Braga e da Comunidade Intermunicipal do Cávado, ambas presididas por Ricardo Rio. Além disso, destacando que o acordo estabelecido prevê uma revisão de seis em seis meses, Sílvia Sousa mostra-se “preocupada”: “Semestralmente, vamos ter de estar a acautelar que o serviço não seja interrompido, justificando-se pelo número de utentes que ele permaneça a ser oferecido”.
