Ciclovia implica novo abate de árvores, mas CMB rejeita responsabilidade

A obra da ciclovia entre o campus de Gualtar e Lamaçães levou ao abate de mais quatro árvores na Avenida dos Lusíadas. O presidente da autarquia alega que o abate recente acontece porque as árvores apresentavam um risco para a segurança pública e rejeita qualquer tese de irresponsabilidade técnica.
No verão passado outras árvores foram abatidas junto ao Hotel Meliã por causa da mesma obra. Em Setembro, em entrevista à RUM, Ricardo Rio afirmava que a autarquia não abatia árvores sem motivações relacionadas com a segurança dos cidadãos e assinalava que por cada árvore abatida o município planta mais árvores noutros locais.
Agora, novamente em declarações à RUM, a propósito do abate de mais quatro árvores, Ricardo Rio rejeita que tenham sido os trabalhos em curso a colocar as árvores em risco. “Que compromisso é que pode ter sido assumido quando estão em causa questões de segurança e de salvaguarda das pessoas?” questiona. Rio sustenta que as árvores retiradas “eram árvores que não estavam salvaguardadas e tiveram que ser retiradas”. “Não teve nada a ver em particular com o projecto da ciclovia da Variante da Encosta”, responde.
Interpelado pela RUM sobre as imagens registadas que comprovam as árvores em bom estado mas com as raízes visíveis por causa dos trabalhos, Ricardo Rio sublinha que é “uma tese que não pode suportar” porque não é especialista em árvores e considera “um absurdo que alguém possa justificar a degradação do estado de uma árvore com o recurso de uns trabalhos que decorrem há poucas semanas”.
O autarca de Braga recusa, por isso, que se trate de “incompetência” técnica, mas sublinha que existe “um compromisso com a concretização do projecto que, nalguns casos, obriga a opções do ponto de vista da gestão do espaço público e, noutros casos, obriga a cumprimento de responsabilidades e compromissos que é preciso ter com as pessoas do ponto de vista da sua salvaguarda”.
Assunto foi também levantado na reunião de executivo desta segunda-feira pelo vereador da CDU
Carlos Almeida pediu ao autarca o compromisso de que não serão abatidos mais árvores neste projecto de construção da ciclovia da variante da Encosta. Ricardo Rio recusou deixar qualquer promessa nesse sentido.
Já o vereador do Urbanismo, Miguel Bandeira, disse também que o objectivo passava por preservar as árvores. “O desenho da ciclovia até circundava, não sei precisar se uma se as três ou quatro espécies que tiveram de ser abatidas. Evidentemente que tentamos preservar ao máximo essas quatro árvores. Não foi possível porque depois de aberta a caixa de execução da própria ciclovia, os técnicos especialistas que vieram da UTAD não garantiam que as raízes que foram afectadas por essa abertura incontornável da obra pudessem manter a segurança futuramente”, justificou.
A única garantia deixada pelos responsáveis políticos é a de que onde aquelas foram retiradas serão plantadas mais.
