CGTP não aceita aumento do salário mínimo inferior a 35 euros para 2021

O Governo definiu, esta sexta-feira, “um aumento significativo do salário mínimo, na média de anos anteriores, mas ainda abaixo da subida do ano passado”. Desde 2015, a subida média é de 26 euros por ano.
Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP, participa, esta sexta-feira, no 10.º congresso da União de Sindicatos de Braga, e, em entrevista à RUM, disse ser “inaceitável” a proposta do Governo, que aponta para um aumento menor do que em 2020.
“A nossa proposta para 2021 é o aumento geral dos salários, com referência dos 90 euros para todos os trabalhadores, e aumento do salário mínimo nacional para os 850 euros, no mais curto prazo, isto significa que tem que haver aumentos anuais significativos, que caminhem rapidamente para os 850 euros, salário que daria possibilidade aos trabalhadores de terem uma vida com a mínima dignidade”, justificou.
Ainda assim , e perante o cenário económico difícil apontado pelo Governo, Isabel Camarinha admite que a subida de 215 euros não aconteça já em Janeiro. No entanto, relembra, “há empresas que eventualmente podem e devem fazê-lo”. “O mais depressa possível significa que em 2021 tem que haver um aumento significativo e não pode ser menos de 35 euros, como o Governo está a divulgar que acontecerá”, criticou.
A proposta de aumento de salário mínimo para 2021 é objecto de negociações com BE, PCP e PAN para a aprovação do próximo Orçamento do Estado. No entanto, os valores diferem. Segundo avançou o jornal Expresso, esta quinta-feira, a proposta do Governo é de um aumento de 20 euros. Um valor diferente daquele que foi sugerido pelo Bloco de Esquerda, que aponta para os 35 eurosa mais, e ainda mais distante da proposta do PCP, que propõem um salário mínimo de 850 euros (mais 215 euros). Recorde-se que o aumento, em 2020, foi de 35 euros.
