CGTP quer melhores salários para função pública e menos investimento em PPP

O líder da CGTP – Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses criticou, esta quinta-feira, as escolhas de investimento do Governo no Orçamento de Estado (OE) para 2020. À margem do XII Congresso da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública, que está a decorrer no Altice FORUM Braga, Arménio Carlos sublinhou que a premissa de que não existem verbas suficientes para investir nos serviços públicos não corresponde à verdade e exige aumentos salariais para a função pública.
Recorde-se que já no final de Janeiro, no dia 31, a Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap) vai realizar uma greve nacional que visa sedimentar a sua posição contra a proposta do OE 2020 que prevê aumentos salariais de 0,3%. Arménio Carlos afirma que os trabalhadores do sector público estão “determinados” e demonstram “posição e estatuto” que do ponto de vista moral e sindical “lhes permite confrontar o Governo de olhos nos olhos”, uma vez que têm cumprido com os seus deveres ao longo dos anos.
Ora, o líder da CGTP, que se prepara para cessar funções em Fevereiro, adianta que o Governo apresentou uma proposta para os salários na ordem dos 70 milhões de euros. Valor que contrasta com os cerca de 2,1 mil milhões de euros que serão direccionados para as parcerias público-privadas e para o Novo Banco. “Isto define as opções do Governo”, declara Arménio Carlos.
Durante o congresso que vai decorrer na cidade dos arcebispos até esta sexta-feira, 17 de Janeiro, a estrutura vai trazer para discussão a “valorização e luta pela dignificação dos trabalhadores”.
O representante da estrutura alerta para o facto de alguns funcionários do sector público estarem a sair para o privado e estrangeiro “em busca de melhores condições de vida”. Arménio Carlos frisa que “sem trabalhadores da administração pública motivados e reconhecidos pelas suas competências não é possível contar com melhores serviços públicos”.
