“Cerca de 40% das empresas do sector têxtil terão quebras superiores a 50%”

“Continuamos com grande impacto da crise no sector, 76% das empresas tem uma quebra de volume de negócios superior a 10% e 40% das empresas do sector têxtil terá quebras de 50%”.
Os números “avassaladores” foram avançado pelo presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, Mário Jorge Machado, no Fórum da Indústria Têxtil, que decorreu, esta quinta-feira, em Famalicão e em formato online.
Segundo o responsável, “estes números conjugados com o que tem sido a quebra das exportações ao longo do ano” permite antecipar “quebras do volume de negócios e das exportações entre os 15 e os 20%”.
Mário Jorge Machado lamentou a falta de apoio do Governo. “Portugal é dos países que menos disponibilizou recursos para compensar os impactos na economia”, afirmou.
O presidente da ATP diz-se ainda “desiludido” com o Orçamento do Estado para 2021, que, segundo ele, “ignorou as empresas centrando-se no Estado, nos apoios sociais e serviços públicos”. “Apenas 19% dos fundos previstos disponibilizados pela União Europeia se dirigem ao tecido empresarial. Devemos reforçar os apoios com auxílio de fundos comunitários que estão longe de estar consumidos. Por exemplo, o Portugal 2020 que com 100% das suas verbas cativas, tem menos de 50% de verbas aplicadas, a um mês do seu fim”, referiu.
Para o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, a principal prioridade do país deve ser a “reindustrialização”.
O ministro da Economia adiantou, num vídeo partilhado na conferência, que o Banco Português de Fomento vai lançar, na próxima semana, uma nova linha de apoio dirigida ao sector industrial exportador e que o Governo está a trabalhar em novos instrumentos de apoio à internacionalização do sector.
Além disso, anunciou o ministro, o executivo liderado por António Costa quer reforçar a aposta na formação profissional dos trabalhadores do sector, “aproveitando este tempo de menor ocupação”.
Também a ATP considera importante “reforçar o apoio à formação profissional, directamente às empresas”. “O nosso sistema educativo devia ter uma formação dual, por forma a termos jovens com formação profissional adequada às necessidades das empresas e não apenas formação académica”.
