Cerca de 15% das universidades portuguesas não tem serviços de saúde mental

Em Portugal, 15% das instituições de ensino superior não tem serviços de saúde mental. Os dados constam no estudo pedido pelo Governo, que será apresentado esta terça-feira. De acordo com o estudo, a que a RUM teve acesso, “embora 73,4% das pessoas a trabalhar nos Serviços de Saúde Mental e Bem-Estar tenha formação específica em áreas afins à Saúde Mental, existe um número relevante de pessoas sem formação específica”.

Das 95 instituições contactadas, responderam 81 e, destas, “11% não têm, ainda, um serviço estruturado, mas contrataram um ou mais técnicos para estas funções”.

“Dos 15% que referem não ter qualquer resposta nesta área, quatro são oriundas das Universidades (3 privadas e 1 pública) e oito dos Politécnicos (7 privados e 1 público). Deste grupo, 84% considera necessária ou muito necessária a criação de um serviço nesta área”, lê-se ainda.

Os principais obstáculos identificados pelas instituições para a ausência destas respostas estão relacionados com questões “económicas (50%) e falta de espaço adequado (14%)”.

Os Serviços de Saúde Mental e Bem-Estar estão “maioritariamente dependentes dos órgãos de gestão das Instituições de Ensino superior ou integrados nos Serviços de Ação Social”.

No documento são ainda apontadas as principais dificuldades sentidas por estes serviços, nomeadamente “insuficiência de recursos humanos (33%), ausência de financiamento (21%) e ausência/inadequação das instalações (11%)”.


Na UMinho,  há diferentes respostas ao nível da saúde mental, desde logo o projeto Entre-Ajuda, o P5 Saúde Mental, Consulta de Psicoterapia para Adultos, entre outros.

Segundo o estudo, “o contexto socioeconómico desfavorável, bem como as implicações da pandemia COVID-19 podem ter impulsionado a criação de serviços/estruturas dedicadas a saúde mental e ao bem-estar, em particular o pico que se verifica em 2022″. O primeiro serviço foi criado em 1972, mas 50% das estruturas surgiram a partir de 2017.

Governo investe 12 ME para universidades investirem em serviços de saúde mental

De acordo com o secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Nuno Teixeira, o Governo vai investir 12 milhões de euros, para que as instituições de ensino superior possam desenvolver respostas nesta área, nos próximos três anos. Isto significa que cada instituição vai poder candidatar um projeto, que possa dar respostas adequadas às questões da saúde mental. Cada serviço terá que desenvolver um plano de ação anual, com metas definidas, desde a promoção do desporto universitário ou inovações na forma como são dadas as aulas. As instituições devem também ser capazes de “dar resposta”, através de aconselhamento ou intervenção, por profissionais, a situações de saúde mental de menor gravidade e “sinalizar e encaminhar” para os hospitais os casos mais graves. 

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Liliana Oliveira
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