Centenas de estudantes de Bioinformática encontram-se na UMinho

Arranca na manhã desta quinta-feira, no campus de Gualtar da Universidade do Minho, o 12º Encontro Nacional de Bioinformática, com a presença de centenas de estudantes da área.
O evento prolonga-se até sábado na academia minhota e a sessão de abertura, no B1, nesta manhã de quinta-feira, estará a cargo do pró-reitor Manuel João Costa.
Ainda nesta manhã acontece um debate sobre a necessidade de uma infraestrutura de dados de genomas para o avanço da pesquisa e da medicina personalizada em Portugal. Os oradores são os peritos Kjell Petersen, Ana Teresa Freitas, Sérgio Sousa, Maria Manuel Salazar e Ana Melo.
A manhã finda com comunicações sobre terapias anti-malária, metalofármacos, alternativas moleculares ao silicone e a variante Omicron do coronavírus.
De tarde, destaca-se às 15h15 a palestra do diretor do Núcleo de Genómica e Bioinformática do Instituto Ricardo Jorge (INSA), João Paulo Gomes, cuja equipa foi a primeira a identificar a sequência genética do vírus monkeypox (varíola dos macacos). O responsável vai mostrar o papel da genómica a identificar doenças infeciosas, as dinâmicas de transmissão e o papel português na propagação internacional do monkeypox.
Calcular a pegada de carbono do computador
Grandes tarefas computacionais consomem muita energia nos data centers, que implica um elevado custo para o meio ambiente. Por exemplo, descobrir cada gene ligado a um milhar de características diferentes (altura, peso, doença específica…) equivale a 17 toneladas de CO2, o que daria para voar diariamente para Paris num semestre. Quem o diz é Loïc Lannelongue, da Universidade de Cambridge (Inglaterra), que na sexta-feira, às 9h30, apresenta no encontro a sua ferramenta Green Algorithms, para estimar emissões de CO2 da pesquisa computacional. Nesta fase de crise energética, espera-se não desperdiçar recursos e não atrasar as descobertas, como avaliar fragmentos de código genético de um milhão de anos.
Além disso, o Bioinformatics Open Days inclui ainda a fase final da Liga Portuguesa de Bioinformática (com vários desafios e prémios monetários) e uma mesa redonda com as empresas SilicoLife, OmniumAI e Accenture.
