CDU pede “soluções” para estacionamento nas Zonas 30

A implementação das Zonas 30, nomeadamente na Urbanização da Makro, tem sido alvo de muita contestação por parte dos moradores daquela zona. O assunto foi levado, esta segunda-feira, a reunião do executivo municipal, pelo vereador da CDU, Carlos Almeida.
A variação do número de lugares de estacionamento junto à urbanização é uma das preocupações dos habitantes. Reclamam a redução do número de lugares, numa zona altamente habitada e onde, em geral, se conta mais do que um carro por família. Muitos têm sido os relatos de moradores que recorrem aos passeios para estacionar as viaturas. Miguel Bandeira, vereador responsável pelo Urbanismo e Ordenamento do Territótio, reafirmou, depois de já o ter dito à RUM, que este não é um problema exclusivo de Braga, mas do crescimento das grandes cidades. Para o vereador, a questão do estacionamento “não tem solução” e, lembrou Bandeira, trata-se de um projecto afecto à mobilidade sustentável, não estando a União Europeia disponível para patrocinar mais carros nas cidades, já que o objectivo é precisamente o contrário.
Carlos Almeida “não tem dúvidas de que a solução passa por menos carros, mas essa solução não é da noite para o dia e as pessoas são confrontadas com isso hoje”. “É uma solução desejável para os próximos anos e é precisa muita pedagogia e sensibilização. Se as pessoas têm que reduzir o número de viaturas têm que ter uma rede de transportes públicos capaz de dar resposta”, alerta. Para o comunista, no imeditado, “têm que se garantir as soluções de estacionamento”, ainda que admita que nem todos os carros poderão ficar “à porta de casa”.
O Partido Socialista alertou ainda a autarquia para a necessidade de uma “fiscalização maior, porque é importante que a obra se cumpra na sua totalidade, mas não podem ser os moradores a gerir o próprio projecto”.
“Confiámos que aquilo que está a ser implementado foi aquilo que foi planeado e que vai funcionar como um todo integrado.Aquilo que somos levados a crer, de acordo com os moradores, é que se está a gastar dinheiro e o resultado final pode não ser mais benéfico”, disse ainda Artur Feio.
Já o presidente da Câmara, Ricardo Rio, garante que a fiscalização tem sido feita, para que “quem executa a obra a deixe de acordo com o que estava estabelecido no projecto”. “Não se pode avaliar a qualidade de uma obra quando ela está em execução e não podemos por um técnico em acompanhamento de cada obra em cada momento, mas, à medida que detectam os probelmas, accionam os empreiteiros e salvaguardam o interesse municipal”, assegurou.
Rio garante ainda que a Câmara tem demonstrado total disponibilidade para esclarecer os moradores acerca do projecto. “Mesmo em grupos de Facebook que abordam o tema tem havido tentativa de técnicos de intervir para poder esclarecer, mas nem sempre isso lhes tem sido facultado”, afirmou.
Trata-se de “um conceito novo”, que exige “adaptação”, menciona Ricardo Rio. Para estas “matérias transformacionais” é necessária uma componente pedagógica”, já que em causa está uma “nova forma de organizar as cidades”. “Estamos em Braga numa realidade nova, porque não foi essa a cultura durante anos, temos essa situaçao de choque e temos famílias com várias viaturas e isso não é algo que se possa resolver de um momento para o outro”, finalizou.
Miguel Bandeira deu nota de que um adjunto do gabinete está diariamento no terreno. O vereador deixou ainda a garantia de que já reuniu com a administração da Makro, superficie que acolhe no seu parque de estacionamento muitas das viaturas de quem mora naquele local.
