CDU apoia moradores de São Victor na luta contra complexo desportivo

A CDU não compreende as justificações da Câmara de Braga que viabilizam a construção de um complexo desportivo privado na Rua Luís Soares Barbosa, em São Victor. Uma comitiva da força política de esquerda esteve, esta terça-feira, no local, onde reuniu com os moradores, que se mostram contra esse projeto.
Com o novo equipamento, cujo início das obras ainda não é conhecido, será eliminado o único espaço verde fruível daquele quarteirão, depois de, em 2015, ter sido apelidado como “o novo pulmão da cidade” pelo responsável pela pasta do Ambiente, Altino Bessa. A vereadora da CDU no executivo municipal, Bárbara de Barros, partilha “em absoluto a defesa dos interesses dos moradores”, que se relacionam como “o direito ao usufruto do espaço público e, especialmente, de um espaço verde”.
Há cerca de três semanas, o presidente da Câmara de Braga garantiu que a contestação não ia “alterar em nada as decisões tomadas e devidamente formalizadas pelo executivo municipal”. Além disso, Ricardo Rio referiu que o espaço verde ainda existente é “pouco aproveitado” pela população, até porque “não reúne quaisquer condições de segurança”, e indicou os parques das Sete Fontes e da Rodovia como alternativas.
Para a vereadora, “não é justo que o presidente venha fundamentar a decisão de construir o complexo com o facto de não ser usado como espaço verde ou de ser utilizado só como passagem”. “A própria passagem é um uso”, assinala.
Quanto às outras opções sugeridas, Bárbara de Barros recorda que as Setes Fontes “ainda não estão em condições para usufruto público” e que a Rodovia tem “um uso muito próprio” e que “fica distante”. Num concelho que “não tem propriamente espaços verdes para dar e vender”, a representante da CDU considera desnecessária a construção de mais um equipamento desportivo, algo que “não é urgente nem inovador para Braga”.
CDU lamenta inação da Câmara de Braga
Sobre o estado do espaço em causa, acusa a Câmara Municipal de “nunca ter feito qualquer tipo de instalação ou manutenção”. Lembra também que, no tempo em que o Partido Socialista esteve no poder, “chegaram a ser prometidos um parque infantil e um geriátrico”.
O processo já se arrasta desde novembro de 2018. Na altura, o executivo municipal aprovou, com a abstenção do PS e voto contra da CDU, o lançamento do concurso público para a concessão da exploração de um terreno municipal para a instalação de um complexo desportivo, que viria a ser ganho pelo grupo empresarial Supera.
O movimento contestatário, formado por cerca de 60 moradores, aguarda por uma conversa com o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, e por esclarecimentos do vereador do Ambiente, Altino Bessa. Pretende também marcar presença na próxima reunião de câmara e na futura Assembleia Municipal, previstas para o próximo mês.
