CDU alerta que parecer da APA pode ter por base “informação que não é verdadeira”

A CDU alertou, esta segunda-feira, o executivo municipal que o parecer positivo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) relativamente ao empreendimento que vai nascer na Rua Luís Soares Barbosa, pode ser baseado em informação que não é fidedigna.
Começaram hoje a ser retiradas as árvores do local e o tema voltou a ser abordado na reunião de Câmara.
“É um dia triste para os moradores e para toda a cidade de Braga, porque se perde uma zona verde, num local onde ainda há pouco tempo saíram notícias sobre os seus elevados níveis de poluição”, disse o vereador comunista Vítor Rodrigues.
Segundo a CDU, “existem linhas de água que atravessam aquele espaço e há um parecer positivo da APA para os promotores do projeto, que se baseia em elementos, quanto ao traçado das linhas de água, que podem não corresponder àquilo que, efetivamente lá está implantado”. Para Vítor Rodrigues, a APA pode ter autorizado o projeto “com base numa informação que não é verdadeira”. “Chamamos a isto o mistério da Ribeira de São Victor, porque, por um lado, tinha um traçado no PDM que, afinal, já não existia e, por outro lado, o projeto da Supera põe essa linha de água a circundar o espaço quando ele, na prática, não está a circundar”, detalhou.
Miguel Lopes quis intervir na reunião do executivo municipal para manifestar o seu descontentamento com a retiradas das árvores na Rua Luís Soares Barbosa. “O vereador Altino Bessa, desde 2015, que nos incentivou a fazermos a plantação de árvores na Rua Luís Soares Barbosa. É um espaço que a cidade necessita, porque quando se fala em descarbonização tem que se falar das árvores e a cidade está a perdê-las”. Alertou o munícipe.
Miguel Lopes disse ainda que apesar de a cidade ter “encostas com arvoredo significativo, faltam árvores no centro da cidade, que é onde a poluição se concentra”.
“Não é um dia triste. Estas árvores em condições normais seriam abatidas para o projeto avançar, foi assumido que iríamos retirar as árvores, uma vez que a Supera não tinha interesse nas mesmas, e replantá-las noutro local e esta é a época própria para o fazer”, disse o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio.
Quando confrontado com a petição que os moradores daquela zona elaboraram, na tentativa de travar a construção do ginásio, o autarca disse que nada “vai mudar a decisão dos órgãos municipais”, acrescentando que os contratos foram assinados e estão em vigor. “A obra vai mesmo avançar”, disse.
Em 2015, a câmara tinha plantado na Rua Luís Soares Barbosa cerca de 50 árvores, que começaram esta segunda-feira a ser retiradas, para que ali seja instalado um complexo desportivo com ginásio e piscina, a cargo de um promotor privado.
